Irã segue violando compromissos do acordo nuclear, indica estudo da AIEA
O Irã segue violando os compromissos do acordo firmado em 2015 para evitar o desenvolvimento de armas atômicas. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla), órgão independente vinculado à ONU, apontou hoje que o país está acumulando urânio em quantidade e pureza superiores ao que é permitido para produzir combustível nuclear.
Segundo o relatório da entidade, o país começou a enriquecer urânio na fábrica de Fordo. De acordo com o pacto firmado com os Estados Unidos, o local deveria ser destinado à pesquisa. A AIEA ainda indica que o Irã passou a acumular o elemento químico em centrífugas mais modernas que o permitido. Essas mudanças permitem ao país acelerar a produção de combustível nuclear.
A agência também revelou que o Irã está preparando um novo local, que não está incluído no acordo, para testar as centrífugas que foram desenvolvidas.
O governo iraniano argumenta que estas violações são irreversíveis e que são uma resposta à decisão dos Estados Unidos de abandonar unilateralmente o acordo do ano passado e voltar a impor sanções ao país asiático.
A AIEA aponta que o Irã acumulou 372,3 quilos de urânio enriquecido, o que equivale a 550 quilos de hexafluoreto de urânio (UF6). Segundo o antigo tratado firmado, o Irã não poderia armazenar mais de 300 quilos desse material.
Dos 372,3 quilos, 159,7 têm pureza de até 4,5%, valor acima da margem de 3,67% definida como limite em um "plano conjunto de ação" (JCPOA, pela sigla em inglês). Estes níveis são inferiores aos 90% necessários para que o urânio possa alimentar uma bomba nuclear, e também são menores do que os 20% alcançados pelo Irã antes do acordo.
Uma fonte diplomática do alto escalão afirmou hoje à Agência Efe que não há nenhum indicativo que o Irã esteja se preparando para superar esse nível, mas que o país estaria apto a fazê-lo a qualquer momento.
Ainda segundo a fonte ouvida pela agência, que pediu para não ser identificada, o ritmo de produção de urânio enriquecido passou de aproximadamente quatro quilos por mês, antes de o Irã decidir superar o limite, em maio, para mais de 100, no mês passado. A reportagem ainda aponta que essa quantidade poderá ser ainda maior quando a fábrica de Fordo estiver operando com 100% de sua capacidade.
O relatório também aborda questões relativas à detecção de partículas de urânio natural não enriquecidas que tenham sido submetidas a algum tipo de manipulação. De acordo com a agência, as questões sobre o tema ainda não foram resolvidas, já que a AIEA considerou as explicações dadas pelo Irã como "insatisfatórias".
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