Topo

Fernández diz que promoverá projeto para legalizar o aborto na Argentina

Alberto Fernández, presidente eleito da Argentina - Luis Cortes/Reuters
Alberto Fernández, presidente eleito da Argentina Imagem: Luis Cortes/Reuters

Buenos Aires

17/11/2019 14h30

O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, revelou em entrevista neste domingo que logo ao tomar posse enviará ao Parlamento um projeto de lei para legalizar o aborto. "Haverá um projeto de lei enviado pelo presidente. Assim que chegarmos lá", disse Fernandez, em entrevista ao jornal "Página/12", de Buenos Aires. Ele assumirá o comando da Casa Rosada no próximo dia 10 de dezembro.

O peronista se definiu como "um ativista que brigará para acabar com a criminalização do aborto", além de afirmar que tentará fazer com que a iniciativa seja lançada o mais rápido possível, embora lembre que não depende somente dele.

O Parlamento argentino já discutiu a legalização do aborto no ano passado, quando, após anos de tentativas frustradas de grupos feministas, o presidente Mauricio Macri permitiu o tratamento de um projeto de descriminalização do aborto até a 14ª semana de gestação.

A iniciativa foi aprovada na Câmara dos Deputados, mas rejeitada no Senado.

"Temos que abordar a questão de maneira diferente. Não pode se tornar um elemento de disputa entre nós. Devemos respeitar tanto a mulher que sente que é um direito sobre seu corpo, quanto a mulher que sente que Deus não permite que ela faça isso", disse Fernández.

Para ele, o debate não deve se tornar "uma disputa entre progressistas e conservadores, ou entre revolucionários e retrógrados".

"É um problema de saúde pública que devemos resolver e que temos que encarar dessa maneira", afirmou.

Quanto ao papel que as mulheres desempenharão em seu governo, Fernández, que ainda não revelou os nomes de seus ministros, disse estar "tentando convocar muitas mulheres".

"Algumas estarão na primeira linha, outras na segunda. Eu definitivamente acho que temos que acabar com a discriminação contra as mulheres", afirmou.