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EUA descartam retirar tropas do Iraque agora e oferecem diálogo ao Irã

O presidente Donald Trump ainda pareceu recuar em relação à ameaça de atacar alvos importantes para a cultura persa - Leah Millis/Reuters
O presidente Donald Trump ainda pareceu recuar em relação à ameaça de atacar alvos importantes para a cultura persa Imagem: Leah Millis/Reuters

Washington (EUA)

07/01/2020 20h52

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descartou nesta terça-feira que planeje retirar agora as tropas americanas do Iraque, e o secretário de Defesa, Mark Esper, ofereceu ao Irã a possibilidade de uma conversa "sem condições prévias" para baixar as tensões entre os dois países.

"Em algum momento vamos querer sair (do Iraque), mas este não é o momento adequado", disse Trump a jornalistas ao receber na Casa Branca o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis.

"Seria a pior coisa que poderia acontecer com o Iraque. O Irã teria uma presença muito maior, e o povo iraquiano não quer isso", acrescentou, além de destacar que, quando por fim retirarem as tropas, os EUA gostariam de ser "reembolsados" pelo investimento no país.

Trump tentou assim dissipar a confusão criada ontem pela divulgação de uma carta na qual o general William H. Seely III, comandante do chamado Grupo de Trabalho no Iraque, anunciou ao Ministério da Defesa iraquiano um deslocamento de tropas no país.

Além disso, Trump pareceu recuar em relação à ameaça de atacar alvos iranianos importantes para a cultura persa, reconhecendo que, "de acordo com várias leis", os EUA devem "ter muito cuidado com a herança cultural".

"Se é isso o que a lei diz, gosto de obedecer à lei. Mas pensem nisso: eles matam nosso povo, eles explodem nosso povo e nós devemos ter muito cuidado com suas instituições culturais. Mas eu aceito isso, estou bem com isso", acrescentou.

Trump reiterou que os EUA "estão preparados para agir se necessário" e para sujeitar o Irã a "sérias consequências" se os líderes do país "fizerem algo que não deveriam".

O presidente americano destacou ainda que a morte do general iraniano Qasem Soleimani "salvou muitas vidas" e que a Casa Branca apresentará na quarta-feira um relatório sobre os ataques que o comandante da Força Quds - unidade especial da Guarda Revolucionária iraniana - supostamente planejou contra os oito congressistas que tradicionalmente têm acesso a dados confidenciais de inteligência.

Pouco antes, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, concedeu no Pentágono uma entrevista para afirmar que Soleimani estava preparando um ataque em questão de "dias" e que há "excelentes dados de inteligência" confidenciais que podem provar isso.

Esper também ofereceu ao Irã a possibilidade de conversas "sem condições prévias" para aliviar as tensões que se intensificaram após a operação em Bagdá que matou Soleimani.

"Há uma saída enorme com a qual Teerã lida neste momento e que é baixar as tensões, nos enviar a mensagem de que querem se sentar e conversar sem condições prévias, claro, com os EUA, para encontrar um caminho melhor", disse.

Esse caminho, segundo o secretário de Estado, exigiria que o Irã se "comporte mais como um país normal, presumivelmente os libertaria das sanções econômicas, e permitiria ao povo iraniano levar a vida que quiser viver, com liberdade, prosperidade e as coisas que a maioria dos seres humanos quer", acrescentou.