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Procurador libanês convoca Ghosn a depor após notificação da Interpol

Carlos Ghosn durante entrevista no Líbano - Joseph Eid/AFP
Carlos Ghosn durante entrevista no Líbano Imagem: Joseph Eid/AFP

08/01/2020 16h42

Beirute, 8 jan (EFE) — O procurador-geral do Líbano, Ghasan Oueidat, convocou nesta quarta-feira o ex-presidente da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, para que preste depoimento amanhã, devido às autoridades do país terem recebido uma circular vermelha da Interpol sobre o brasileiro, fugitivo da Justiça do Japão.

Segundo a agência de notícias estatal libanesa "ANN", o depoimento também tem relação com "reuniões com oficiais israelenses", pelas quais foi apresentado um processo judicial contra Ghosn no Líbano, país tecnicamente em guerra com Israel.

O anúncio foi feito no mesmo dia em que o executivo fez sua primeira aparição pública em Beirute após fugir do Japão, onde é acusado de irregularidades financeiras.

Em entrevista coletiva na capital libanesa, Ghosn disse que estava "preparado" para comparecer a qualquer tribunal "se for um julgamento justo", questionou o sistema de justiça japonês e denunciou ser vítima de uma "perseguição política" no país asiático.

O ex-executivo declarou que foi alvo de "ataques vergonhosos e contínuos da mídia orquestrados por promotores japoneses e executivos da Nissan" durante sua estada no país, onde considera que "nunca deveria ter sido preso".

Ghosn foi preso pela primeira vez em 19 de novembro de 2018. Em 25 de abril do ano passado, após uma segunda prisão, pagou fiança e foi libertado, mas teve as comunicações e movimentos restringidos, além de ter sido proibido de sair do Japão.

Entretanto, ele conseguiu deixar o país e chegar ao Líbano, país cuja nacionalidade é uma das que possui, além da brasileira e a francesa.

Ghosn agradeceu às autoridades libanesas e disse ter confiança na justiça do país árabe, que o recebeu no dia 30 de dezembro e inicialmente informou que ele não seria perseguido.

Porém, poucos dias depois, o Ministério Público libanês recebeu uma circular vermelha da Interpol solicitando às autoridades locais que prendessem o brasileiro preventivamente, enquanto está pendente a decisão sobre uma extradição, rendição ou outra ação judicial.