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Itália testou menos de mil idosos mortos em asilos; OMS fala em "genocídio"

Um médico em traje de proteção visita uma pessoa que sofre da doença de coronavírus (COVID-19) em sua casa em Bergamo, o epicentro do surto da Itália - FLAVIO LO SCALZO/REUTERS
Um médico em traje de proteção visita uma pessoa que sofre da doença de coronavírus (COVID-19) em sua casa em Bergamo, o epicentro do surto da Itália Imagem: FLAVIO LO SCALZO/REUTERS

17/04/2020 14h22

O Instituto Superior de Saúde da Itália anunciou nesta sexta-feira que mais de 6 mil idosos morreram em asilos da Itália de 1º de fevereiro até hoje, sendo que 40% deles apresentavam sintomas de febre e tosse, embora menos de 1 mil tenham sido testados para o novo coronavírus.

"Isso representa entre 7% e 8% do total de alojados", disse, em referência ao montante de falecidos neste período, o médico geriatra Graziano Onder, que faz parte do órgão, em entrevista coletiva.

"Não somos capazes de estabelecer quantas mortes estão ligadas ao coronavírus e quantas não, sobretudo, as registradas em fevereiro", completou o especialista.

De acordo com Onder, a maioria das mais de 6 mil mortes em asilos foram registradas na segunda metade de março, durante o pico da infecção. O representante do Instituto Superior de Saúde, no entanto, admitiu que ainda são números preliminares, já que o levantamento em asilos segue sendo realizado.

Segundo o geriatra, nas pesquisas ficou evidente a falta de equipamentos de proteção para os funcionários das instituições de acolhimento de idosos e a falta de suficientes testes de diagnóstico, já que a prioridade foi destiná-los a pacientes internados em hospitais.

O diretor geral adjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS), o italiano Ranieri Guerra, afirmou recentemente que aconteceu um verdadeiro "massacre", nos asilos do país.