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Bolívia autoriza vermífugo Ivermectina para tratamento contra o coronavírus

Profissionais de saúde pública usam desinfetante para limpar uma rua, enquanto um grafite no chão diz "Fique em casa, cuide da sua família", em La Paz, Bolívia - MANUEL CLAURE/REUTERS
Profissionais de saúde pública usam desinfetante para limpar uma rua, enquanto um grafite no chão diz "Fique em casa, cuide da sua família", em La Paz, Bolívia Imagem: MANUEL CLAURE/REUTERS

Em La Paz (Bolívia)

13/05/2020 14h17

A Bolívia incluiu ontem a Ivermectina - vermífugo usado contra vermes e piolhos - em sua lista de medicamentos essenciais, e com isso ela poderá ser aplicada em pacientes com a covid-19, apesar de suas contraindicações e do fato de ser um produto que ainda está sendo testado no tratamento contra a doença causada pelo novo coronavírus.

"O que estamos fazendo é autorizar seu uso sob protocolo clínico e médico, de forma alguma significa automedicação", advertiu o ministro interino da Saúde, Marcelo Navajas, em entrevista coletiva em La Paz, ao anunciar a medida.

Navajas explicou que a autorização abre "a possibilidade de importar" o medicamento e seu uso "em doses diferentes", apesar de no momento "não haver validação científica no tratamento do coronavírus".

O ministro também lembrou que a Ivermectina está nas listas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e é produzida nacionalmente para o tratamento de doenças parasitárias.

Uma razão para adicionar o medicamento à lista essencial, segundo o ministro, é evitar a "especulação do produto", com uma restrição e outra para que não haja falsa percepção de que ele não está disponível.

Parte da recomendação para o uso está relacionada ao critério de "consentimento informado", o que significa que todo paciente com esse medicamento deve saber que está recebendo e que ele "está sendo testado", ressaltou Navajas.

O Ministério da Saúde da Bolívia advertiu que entre os efeitos colaterais da Ivermectina estão "náusea, vômitos, dor abdominal e até mesmo lesão hepática".

Até segunda-feira, a Bolívia havia registrado 122 mortes pela covid-19 e 2.831 casos de infecção pelo novo coronavírus.