Diretor-geral da OMS diz que vacina não é única solução para a saúde global
Genebra (Suíça), 9 nov (EFE).- O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, garantiu hoje que os efeitos de uma pandemia, como a da covid-19, não passam apenas pela vacina, mas também por uma mudança na gestão do setor global de saúde.
"Uma vacina não resolverá o pouco investimento global na saúde pública e em sistemas de saúde fortes, nem na urgente necessidade de ter um enfoque único que inclua a saúde humana, dos animais e do planeta, afirmou o líder da agência, em entrevista coletiva.
Hoje, a OMS iniciou hoje a assembleia anual, que conta com a presença de ministros e outros responsáveis pelo setor de saúde dos 194 países-membros.
Tedros reforçou o discurso de que a vacina não é a única solução para um problema global, que afeta diretamente e indiretamente o setor, gerando doenças ao redor de todo o planeta.
"Não há vacina para a pobreza, para a fome, para a mudança climática ou para a desigualdade", disse o diretor-geral da OMS.
No discurso de abertura da assembleia, Tedros garantiu que houve um aumento das expectativas sobre a organização e sobre recursos financeiros que, segundo ele, não estão à altura de uma situação como a pandemia da covid-19.
"Nosso orçamento anual equivale ao que o mundo gasta em um dia com produtos de tabaco. Se o mundo pode gastar esse dinheiro com produtos que matam, certamente, é possível encontrar os fundos e a vontade política para promover a proteção das pessoas", disse.
No discurso, Tedros reconheceu que a OMS era "muito dependente de um punhado de grandes doadores", por isso, é preciso aumentar a base dos que aportam recursos, empenho que está sendo liderado, especialmente, por União Europeia, França e Alemanha.
"Estamos em contato com potenciais doadores, como parte da nossa nova estratégia de mobilização de recursos", indicou.
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