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Cidade do México solicitará perícia internacional após acidente no metrô

Equipes de resgate procuram por vítimas após queda de viaduto do metrô na Cidade do México - Luis Cortes/Reuters
Equipes de resgate procuram por vítimas após queda de viaduto do metrô na Cidade do México Imagem: Luis Cortes/Reuters

04/05/2021 18h59

O governo da Cidade do México solicitará uma perícia internacional para analisar as causas do trágico acidente no metrô da capital mexicana, que deixou 23 mortos após o colapso de uma ponte da linha 12.

"Informamos também que a Procuradoria-Geral deve realizar uma perícia que começou na noite de ontem (segunda-feira), mas estamos buscando uma empresa internacional com certificação tanto em metrô como em assuntos estruturais, para que faça uma perícia técnica externa e possa chegar às causas deste lamentável incidente", declarou a prefeita da capital, Claudia Sheinbaum.

Em entrevista coletiva diária no Palácio Nacional, Sheinbaum explicou que, até o momento, foram contabilizados 23 mortos e 79 hospitalizados, os mesmos números divulgados horas antes.

Entre os mortos, dois perderam a vida nos hospitais. Quatro dos mortos confirmados continuam dentro do trem devido à dificuldade do resgate dos corpos.

Segundo os detalhes divulgados, 19 mulheres e 60 homens estão internados. Entre os hospitalizados, há três idosos e três menores de idade.

Sheinbaum explicou que 490 ônibus trabalham na região para oferecer mobilidade aos usuários desta linha do metrô. Questionada, a chefe de governo insistiu que as perícias ajudarão a averiguar o caso.

"Minha posição é que precisamos chegar à verdade sobre as causas deste lamentável incidente. Para isso, necessitamos especialistas tanto da Procuradoria-Geral como de uma entidade externa e imparcial que faça a perícia e todos os estudos", ressaltou.

Resposta do chanceler

A linha 12 do metrô da Cidade do México é rodeada por polêmicas desde o início. As obras foram concluídas no dia 30 de outubro de 2012, quando o atual ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, era o prefeito da capital.

No entanto, a linha foi fechada em março de 2014 devido a falhas. A reabertura ocorreu de outubro a novembro (em vários trechos) de 2015.

Ebrard classificou o incidente como o mais "terrível" já ocorrido no metrô e se solidarizou com as vítimas nesta terça-feira.

"Compartilho a indinação e a posição da chefe de governo, que é, essencialmente, esclareceu o que ocorreu. Quando for esclarecido o que aconteceu, com provas, será possível estabelecer responsabilidades e agir em consequência, não importando quem seja", destacou.

O chanceler lembrou que a obra foi entregue definitivamente em julho de 2013, após uma "revisão" de sete meses.

"Além desses e de outros dados, digo que aquele que atua com integridade não deve temer nada. Quem nada deve, nada teme. Mas eu estou sujeito ao que for determinado pelas autoridades, como todos, mas mais como um funcionário de alto cargo e como quem promoveu a construção da linha", concluiu.

O acidente ocorreu por volta das 22h20 (horário local) da segunda-feira, entre as estações de Olivos e Tezonco. Em vídeo das câmeras de vigilância do governo, é possível observar a estrutura cedendo durante a passagem do trem, que caiu de uma altura de cerca de 20 metros, com dois vagões em formato de "V" em uma avenida por onde passavam outros veículos.