Topo

Esse conteúdo é antigo

Parlamentares de vários países rechaçam resultados de eleição na Nicarágua

29.ago.2018 -  O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, discursa durante a comemoração do 51º aniversário da campanha da guerrilha Pancasana em Manágua - INTI OCON / AFP
29.ago.2018 - O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, discursa durante a comemoração do 51º aniversário da campanha da guerrilha Pancasana em Manágua Imagem: INTI OCON / AFP

05/11/2021 19h17

Parlamentares dos Estados Unidos, de países da América Latina e da Europa rechaçaram nesta sexta-feira o que classificaram como "eleições fraudulentas" na Nicarágua, que acontecerão no próximo domingo e em que o presidente, Daniel Ortega, tentará obter um novo mandato.

A posição foi manifestada em um comunicado conjunto emitido pelos 17 presidentes das Comissões de Relações Exteriores das casas legislativas de países como EUA, Espanha, Colômbia, Equador, Reino Unido, Ucrânia, assim como do Parlamento Europeu.

"Rechaçamos enfática e categoricamente os resultados dessas eleições falsas, os quais já foram determinados de maneira fraudulenta e vergonhosa", aponta nota emitida pelo gabinete de Bob Menéndez, que lidera o Comitê de Relações Exteriores do Senado americano.

O grupo lamentou o "desmantelamento da democracia" na Nicarágua durante o mandado de Daniel Ortega e da mulher, Rosario Murillo, que ocupa a vice-presidência e foi nomeada pelo marido como "co-presidente".

O documento ainda denuncia o regime do país da América Central por violar as normas democráticas, com prisões arbitrárias, tortura e perseguição de opositores, pressão aos meios de comunicação independentes e o abuso dos recursos do Estado.

Nesse sentido, os signatários lembrar que, desde maio deste ano, as autoridades da Nicarágua prenderam cinco candidatos à presidência de oposição, além de outros dois terem sido detidos domiciliarmente.

"Ao todo, o regime mantém mais de 150 presos políticos, negando a eles o acesso ao devido processo judicial, a direitos legais, incluindo necessidades básicas como alimentação, água e artigos de higiene pessoal", aponta o texto.

Além disso, o grupo de parlamentares alertaram que o pleito deste domingo é o ponto alto de décadas de ataques do governo a vozes e instituições independentes da Nicarágua e pressupõe "a consolidação da ditadura da família Ortega-Murillo".

Entre os signatários do documento, estão Juan Flores (Equador), Paola Andrea Holguín Moreno (Colômbia); Pau Marí-Klose e Antonio Gutiérrez Limones (Espanha); Tom Tugendhat (Reino Unido); e David McAllister (Parlamento Europeu).

Nas eleições deste domingo, Ortega tentará o quinto mandato como presidente da Nicarágua, sendo o quarto consecutivo, mais uma vez em chapa que conta com a mulher.