Após um ano, sobreviventes e familiares da tragédia em fábrica de Bangladesh recebem primeiros pagamentos

Um ano após o pior acidente da indústria de vestuário mundial, o fundo presidido pela ONU para compensar as vítimas da tragédia na fábrica Rana Plaza, em Bangladesh, começou a emitir, nesta quarta-feira (23), a sua primeira rodada de pagamentos, como esforço para resolver as causas profundas do desastre.

O comitê de coordenação, presidido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pagou 50 mil takas de Bangladesh (BDT), cerca de 645 dólares, para cada uma das vítimas e familiares dos que morreram na tragédia de 24 de abril, quando a fábrica entrou em colapso em Dhaka, matando mais de mil trabalhadores – em sua maioria mulheres – e ferindo milhares.

O pagamento incluiu também os trabalhadores não acidentados presentes na fábrica no momento do acidente.

"Esses pagamentos iniciais são boas notícias, agora é necessário assegurar que todas as reivindicações legítimas sejam honradas e que as vítimas feridas ou os familiares sobreviventes recebam os direitos completos de suas perdas", disse Gilbert Houngbo, diretor-geral adjunto da OIT para Operações de Campo e Parcerias, em um comunicado à imprensa.

O acordo Rana Plaza e seu Fundo Fiduciário com sede em Genebra foram criados em setembro de 2013 e são apoiados por contribuições voluntárias feitas por marcas globais e outras instituições. O Fundo só recebeu até agora cerca de 15 milhões de dólares dos 40 milhões estimados, total calculado para compensar todos os trabalhadores, de acordo com a OIT.

O diretor-geral adjunto acrescentou que a OIT também está cooperando com o Governo de Bangladesh e a comunidade internacional em geral para enfrentar "desafios estruturais" para que incidentes como este nunca aconteçam novamente, e para ajudar os governos a alcançar a capacidade institucional mínima para garantir ambientes de trabalho seguros para os trabalhadores de vestuário.

Houngbo deve se reunir em breve com o primeiro ministro de Bangladesh, ministros do governo, organizações de empregadores e de trabalhadores, embaixadores e representantes de iniciativas envolvidas para discutir melhores condições de trabalho no setor de vestuário do país.

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