Coreia do Norte aceita suspender testes nucleares


  • Choi Bu-Seok / Reuters

Por Andrew Quinn

WASHINGTON, 29 Fev (Reuters) - A Coreia do Norte concordou nesta quarta-feira em suspender os testes nucleares, enriquecimento de urânio e lançamento de mísseis de longo alcance, e permitirá que inspetores nucleares visitem seu complexo nuclear Yongbyon para verificar se a moratória foi colocada em prática.

O anúncio, feito simultaneamente pelo Departamento de Estado dos EUA e pela agência oficial de notícias norte-coreana, abre caminho para uma possível retomada das negociações de desarmamento de seis partes com Pyongyang e segue conversações entre diplomatas dos Estados Unidos e da Coreia do Norte em Pequim na semana passada.

Também marca uma mudança significativa de política pela Coreia do Norte depois da morte, em dezembro, do líder Kim Jong-il.

"A DPKR (sigla em inglês para República Democrática Popular da Coreia), a pedido dos EUA e com visão de manter uma atmosfera positiva para as negociações de alto escalão entre a DPKR e os EUA, concordou com uma moratória em seus testes nucleares, lançamentos de mísseis de longo alcance, e atividade de enriquecimento de urânio em Yongbyon, e permitirá que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) monitore a moratória sobre enriquecimento de urânio enquanto diálogos produtivos continuam", afirmou a agência oficial norte-coreana KCNA.

O Departamento de Estado norte-americano disse que, em troca, os Estados Unidos estavam prontos para finalizar os detalhes de um pacote proposto de ajuda alimentícia de 240.000 toneladas métricas de assistência nutricional, e que mais ajuda poderia ser definida com base nas necessidades.

"Os Estados Unidos ainda têm preocupações profundas em relação ao comportamento da Coreia do Norte em uma ampla variedade de áreas, mas o anúncio de hoje reflete um progresso importante, se limitado, em responder a alguns desses temores", afirmou o Departamento de Estado.

O Departamento disse ainda que Washington reafirmou que não tinha intenções hostis em relação à Coreia do Norte e estava preparado para tomar medidas para melhorar as relações bilaterais e aumentar as trocas entre pessoas.

A AIEA informou que está pronta para voltar à Coreia, classificando o acordo de moratória como "um importante passo adiante". Coreia do Sul e Japão também saudaram o anúncio.

NOVO LÍDER

O anúncio seguiu negociações entre Estados Unidos e Coreia do Norte na semana passada em Pequim, no primeiro encontro desse tipo desde que o filho de Kim Jong-il, Kim Jong-un, sucedeu seu pai como chefe do país comunista.

A Coreia do Norte havia concordado em reduzir suas atividades nucleares dentro de um acordo feito em setembro de 2005 em negociações de seis partes que incluíram as duas Coreias, China, Japão, Rússia e EUA.

No acordo, a Coreia do Norte abandonaria seu programa nuclear em troca de incentivos econômicos e diplomáticos oferecidos pelas outras partes na negociação. Mas o acordo nunca foi totalmente implementado.

A Coreia do Norte concordou com uma moratória nos testes nucleares, lançamento de mísseis de longa distância e enriquecimento de urânio na instalação nuclear de Yongbyon, afirmou a agência de notícias do país KCNA na quarta-feira.

O país também permitiria a entrada de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica para monitorar a moratória do enriquecimento, afirmou a agência noticiosa.

A KCNA afirmou que a Coreia do Norte tomou a decisão em resposta a um pedido dos EUA com "a intenção de manter a atmosfera positiva" pelo que foi descrito como conversas entre o Norte e os EUA de alto nível.

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