Suposto mentor de 11/9 usa camuflagem em tribunal de Guantánamo

Por Jane Sutton

BASE NAVAL DOS EUA NA BAÍA DE GUANTÁNAMO, Cuba, 17 Out (Reuters) - O suposto mentor dos ataques de 11 de Setembro apareceu em um tribunal para crimes de guerra em Guantánamo na quarta-feira usando um uniforme ao estilo militar por cima de uma túnica branca, sugerindo que ele talvez tente invocar a proteção reservada a soldados.

Um juiz do Exército dos Estados Unidos determinou na terça-feira que Khalid Sheikh Mohammed e quatro co-réus acusados de tramar os ataques com aviões sequestrados em 2001 podem usar o que quiserem no tribunal, desde que não apresentem risco à segurança ou incluam parte de um uniforme militar norte-americano, como o usado pelos guardas.

A decisão aconteceu durante uma semana de audiências pré-julgamento do caso de 11 de Setembro na Base Naval Norte-Americana na Baía de Guantánamo, em Cuba.

Os motivos para a escolha do figurino de Mohammed não estavam claros. Os advogados dele argumentaram que ele deveria ser autorizado a vestir uma roupa de camuflagem na corte, porque ele usava uma quando integrava a força mujahideen (dos EUA) para lutar contra as tropas russas que ocuparam o Afeganistão nos anos 1980.

"O sr. Mohammed já se distinguiu anteriormente no campo de batalha usando uma roupa ao estilo militar. Ele fez isso no Afeganistão para o governo norte-americano durante aquela guerra por procuração, ele fez isso na Bósnia e tem o direito de fazer isso nesta corte", disse o advogado de defesa, o capitão do Exército Jason Wright, na terça-feira.

Os EUA estão processando Mohammed e os outros supostos conspiradores da Al Qaeda como beligerantes fora da lei, sem o direito à imunidade de combate concedida aos soldados que matam em uma batalha.

Eles são acusados de recrutar, financiar e treinar os sequestradores que bateram com aviões comerciais em edifícios nos EUA em 2001, matando 2.976 pessoas.

Caso condenados, podem pegar a pena de morte. As acusações incluem ainda conspiração com a Al Qaeda, ataque a civis e alvos civis, homicídio em violação às leis de guerra, destruição de propriedade, sequestro e terrorismo.

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