Confronto em Gaza se agrava enquanto Egito busca trégua

  • Stringer . / Reuters

Por Nidal al-Mughrabi e Jeffrey Heller

GAZA/JERUSALÉM, 18 Nov (Reuters) - Israel bombardeou alvos militantes palestinos na Faixa de Gaza em ataques coordenados por forças aéreas e marinhas pelo quinto dia seguindo, neste domingo, preparando-se para uma possível invasão terrestre, ao passo que também reivindicou suas condições para uma possível trégua.

O fogo palestino em direção a Israel foi cessado durante a noite, mas voltou a acontecer pela manhã (horário local), com foguetes mirados para a capital comercial do país, Tel Aviv. Dois projéteis palestinos foram abatidos pelo sistema israelense de interceptação Iron Dome.

Falando brevemente após o ataque, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel estava pronto para ampliar sua ofensiva.

"Estamos buscando cobrar um preço pesado do Hamas e de organizações terroristas e as forças de defesa de Israel estão preparadas para uma significante expansão da operação", disse ele em uma reunião em seu gabinete, sem dar mais detalhes.

No total 51 palestinos, cerca de metade deles civis, incluindo 14 crianças, foram mortas desde que a ofensiva israelense começou, disseram autoridades palestinas. Os ataques de também feriram centenas de pessoas.

Mais de 500 foguetes lançados de Gaza atingiram Israel, resultando nas mortes de três civis e dezenas de feridos.

Israel iniciou intensivos ataques aéreos na quarta-feira, matando o comandante militar do movimento islamista Hamas, grupo que governa Gaza.

O Estado judaico declarou que sua meta é acabar com os arsenais de Gaza e pressionar o Hamas a parar os lançamentos de foguetes para dentro de seu território, que há anos têm afetado cidades fronteiriças israelenses e agora apresentam maior alcance, colocando Tel Aviv e Jerusalém como alvos.

Incursões aéreas continuaram após a meia noite local e adentraram o domingo, ao passo que navios de guerra bombardeavam do mar. Dois prédios da imprensa em Gaza foram atingidos, segundo testemunhas, ferindo seis jornalistas e danificando instalações da Al-Aqsa TV, do Hamas, e da britânica Sky News.

Um funcionário da televisão libanesa Quds perdeu a perna no ataque, disseram médicos.

Uma porta-voz militar israelense disse que o ataque buscava neutralizar uma antena de trasmissão externa "usada pelo Hamas para realizar atividade terrorista". Organizações internacionais de mídia exigiram mais esclarecimentos.

Três outros ataques mataram três crianças e feriram 14 outras pessoas, disseram equipes médicas.

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, disse em Cairo que "há algumas indicações de possibilidade de cessar-fogo em breve, mas ainda não vemos garantias firmes". Os assessores de segurança de Mursi tem trabalhado para buscar uma trégua junto a líderes do Hamas.

O Egito já mediou tréguas anteriores entre Israel e Hamas.

Um representante palestinos disse à Reuters que as discussões para paz continuarão em Cairo no domingo, afirmando que "há esperança", embora ainda seja cedo para dizer que os esforços terão sucesso.

Em uma coletiva de imprensa em Gaza, o porta-voz militar do Hamas, Abu Ubaida, foi desafiador. "Esta rodada de confrontos não será a última contra o inimigo sionista e está apenas começando".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, "expressou preocupação sobre o risco de o conflito escalar ainda mais e o perigo de que possa haver mais baixas civis em ambos os lados", em uma conversa com Netanyahu, disse um porta-voz de Cameron.

Ben Rhodes, um dos consultores de segurança nacional do presidente Barack Obama disse que os Estados Unidos gostariam de ver o conflito resolvido através de diplomacia, mas também acredita que Israel tenha direito à auto-defesa.

Diplomatas nas Nações Unidas disseram que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve visitar Israel e o Egito na próxima semana para pressionar por um fim aos confrontos.

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