Adolescente morre em protesto em aniversário de revolta no Barein

Por Sami Aboudi

DUBAI, 14 Fev (Reuters) - Forças de segurança barenitas mataram um adolescente e feriram dezenas de manifestantes nesta quinta-feira, disse um site da oposição, durante confrontos no segundo aniversário de um levante para exigir reformas democráticas no Estado do Golfo árabe, aliado dos Estados Unidos.

Várias centenas de manifestantes, a maioria jovens de vilarejos de maioria xiita, bloquearam ruas ao redor da capital Manama e lançaram pedras e coquetéis Molotov contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e bala de chumbinho, disseram testemunhas.

Forças de segurança confirmaram ter disparado tiros de advertência contra a multidão e que um jovem foi morto nos protestos, que começaram no início da manhã e duraram quase que todo o dia.

Os confrontos foram os mais violentos dos últimos meses, e podem prejudicar as conversas iniciadas no domingo entre grupos da oposição de maioria xiita e o governo dominado por sunitas para tentar por fim ao impasse político no Barein, que abriga a Quinta Frota dos EUA.

O Barein vem testemunhando manifestações quase diárias às vésperas do aniversário da revolta, que colocou o reino na linha de frente de uma região que briga por influência entre o Irã xiita e os Estados árabes sunitas, como a Arábia Saudita.

Protestos em massa que começaram em fevereiro de 2011 no auge da Primavera Árabe foram esmagados, mas manifestações menores exigindo maiores direitos para a maioria xiita e o fim do poder absoluto da família governante sunita continuaram.

O chefe da segurança pública do Barein, brigadeiro-general Tariq Al Hassan, disse que a polícia tinha disparado tiros de advertência na quinta-feira para dispersar uma multidão que tinha atacado os policiais com coqueteis Molotov, pedras e barras de ferro, ferindo vários, alguns gravemente.

"Os oficiais descarregaram balas de chumbo para se defenderem. Pelo menos um manifestante ficou ferido no processo. Logo depois, um jovem foi declarado morto no Centro Médico Salmaniya", disse em comunicado.

Ele disse que vários membros da força envolvidos no incidente estavam sendo investigados para determinar as circunstâncias da morte.

O principal grupo da oposição, o Wefaq, identificou o jovem como sendo Ali Ahmed Ibrahim al-Jazeeri, um xiita de 16 anos, e disse que ele tinha sido morto no vilarejo de Diya, perto de Manama.

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