Futuro líder chinês ressalta combate à corrupção em discurso

PEQUIM, 3 Mar (Reuters) - - O Partido Comunista da China só será capaz de festejar seu 100º aniversário dentro de oito anos se as autoridades puderem aprender com os sábios abnegados do passado, disse o líder do aprtido Xi Jinping, em declarações publicadas neste domingo que são um novo ataque à corrupção no país.

Xi assumirá ao poder na China, em substituição ao atual presidente Hu Jintao, na sessão plena anual do Parlamento prevista para este mês. Ele fez da luta contra a corrupção disseminada no país um tema central de sua plataforma desde que assumiu a chefia militar e do Partido Comunista, em novembro.

O PC celebrará o 100º aniversário de fundação em 2021, um ano antes de Xi encerrar seu segundo mandato de cinco anos e deixar o posto de líder do partido.

"Somente se as capacidades de todos os membros do partido continuarem a ser reforçadas incessantemente, poderá ser alcançada a meta de "dois 100 anos" e o "sonho" do grande rejuvenescimento do povo chinês, disse Xi, em um discurso para marcar o 80º aniversário da Escola Central do Partido, que treina funcionários em ascensão.

A expressão "dois 100 anos" refere-se à meta de que tanto o partido como a República Popular da China durem pelo menos um século cada.

A República Popular completará 100 anos em 2049. Os comunistas chegaram ao poder e fundaram a república em 1949, depois de vencer uma guerra civil e forçar as tropas do Partido Nacionalista (o Kuomintang), de Chiang Kai-shek, a fugir para Taiwan, que o governo chinês reivindica como parte de seu território.

O conceito de "dois 100 anos" tem sido citado pela mídia estatal nas últimas semanas, mas o discurso de sexta-feira foi a primeira vez em que Xi explicitamente o mencionou. O pronunciamento foi reproduzido na íntegra pelo Diário do Povo, porta-voz do partido.

Xi já alertou anteriormente que a corrupção ameaça a própria sobrevivência do partido e lançou uma campanha para evitar o desperdício e a corrupção.

O líder chinês salpicou seu último discurso de referências a aforismos de funcionários virtuosos e filósofos da China antiga, incluindo o confucionista Mêncio (372-289 aC) e Liang Zhuge (181-234 dC), um estadista e estrategista elogiado até hoje por sua sabedoria e devoção a seu monarca.

Mas os membros do partido também não devem esquecer os ensinamentos de Karl Marx e do falecido presidente Mao Tsé-tung, acrescentou Xi.

(Reportagem de Ben Blanchard e Benjamin Kang Lim)

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