Governo brasileiro pede esclarecimentos aos EUA após denúncia de espionagem

Laiz de Souza

O governo da presidente Dilma Rousseff pediu esclarecimentos aos Estados Unidos sobre a suposta espionagem de comunicações eletrônicas e telefônicas de empresas e cidadãos brasileiros pela Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) norte-americana.

"Recebemos com grave preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência norte-americanos", disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em comunicado.

O governo acionou os EUA através da embaixada do Brasil em Washington, e do embaixador norte-americano no Brasil.

O anúncio veio após uma reportagem do jornal O Globo deste domingo, citando documentos fornecidos pelo ex-funcionário de inteligência da NSA Edward Snowden, revelar um amplo esquema de monitoramento por parte da agência norte-americana.

O ministro disse ainda que promoverá no âmbito da União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra, o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações.

Além disso, o governo brasileiro lançará na Organização das Nações Unidas (ONU) "iniciativas com o objetivo de proibir abusos e impedir a invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação, estabelecendo normas claras de comportamento dos Estados na área de informação e telecomunicações para garantir segurança cibernética que proteja os direitos dos cidadãos e preserve a soberania de todos os países".

Grampos nos EUA

O programa O Prism é um programa de inteligência secreta americana que daria ao governo acesso aos dados de usuários de serviços de grandes empresas de tecnologia
Quais dados? Não se sabe exatamente, mas qualquer informação poderia ser consultada. O jornal 'Washington Post' cita e-mail, chat, fotos, vídeos e detalhes das redes sociais
Quem sabia? Segundo Obama, o programa foi aprovado pelo Congresso e é fiscalizado pelo Poder Judiciário no país. Todas as empresas negaram participação
Funcionamento De acordo com fontes do jornal britânico 'The Guardian', o governo poderia ter acesso aos dados sem o consentimento das empresas, mas, como eles são criptografados, precisaria de chaves que só as companhias possuem
Empresas possivelmente envolvidas Microsoft, Google, Facebook, Yahoo, Apple, Paltalk, Skype, Youtube, AOL

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