Obama garante a Dilma que trabalharão juntos sobre alegação de espionagem

  • Kevin Lamarque / Reuters

6 Set (Reuters) - O presidente norte-americano, Barack Obama, garantiu à presidente Dilma Rousseff, durante encontro na Rússia, que tomou as alegações de que os Estados Unidos espionaram a presidente brasileira com muita seriedade e que os dois países trabalharão juntos para resolver as tensões.

As denúncias de que os EUA teriam espionado emails, conversas telefônicas e mensagens de celular da presidente brasileira deixaram Dilma "furiosa", de acordo com uma fonte do governo, e colocaram em risco a sua visita de Estado a Washington em outubro.

"Eu garanti à presidente Dilma Rousseff e ao presidente (do México, Enrique) Peña Nieto que eu tomo essas alegações muito seriamente", disse Obama ao ser perguntado sobre os encontros que teve com ambos presidentes, que não estavam previstos.

As denúncias foram divulgadas no domingo pelo programa "Fantástico", da TV Globo, com base em documentos vazados pelo ex-prestador de serviço da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden. Segundo a reportagem, Peña Nieto teria sido alvo do mesmo monitoramento quando ainda era candidato à Presidência.

"Eu entendo as preocupações deles. Eu entendo as preocupações do povo do México e do Brasil, e nós vamos trabalhar com suas equipes para resolver o que é fonte de tensão", disse Obama.

O presidente não deu detalhes da conversa, mas disse que afirmou a ambos o que vem dizendo publicamente, que os EUA possuem uma agência de inteligência, cujo trabalho é colher informação que não está disponível por meio de fontes públicas.

"Se estivessem disponíveis por fontes públicas, então não seriam agências de inteligência", disse Obama em entrevista a jornalistas ao término da reunião do G20 em São Petersburgo, na Rússia.

O presidente ponderou, no entanto, que só pelo fato de ser possível conseguir informações não significa necessariamente que isso tenha de ser feito sempre.

"Pode haver custos e benefícios ao fazer certas coisas, e nós temos que pesá-los."

Obama disse que vai examinar as acusações, mas que parte do problema é que as alegações estão sendo reveladas pela imprensa.

"Eu não assino todos esses jornais. Apesar de eu achar que a NSA o faz, ao menos a partir de agora", disse o presidente, provocando risos.

"RELAÇÕ FORTE"

O presidente dos EUA afirmou ainda que só por haver tensões não significa que isso se sobrepõe a todos os interesses que dividem com tantos países.

"E há um motivo pelo qual eu fui ao Brasil e há uma razão pela qual eu convidei a presidente Rousseff para vir aos Estados Unidos", disse.

Antes de embarcar para o Brasil, a presidente Dilma disse que a sua a viagem aos EUA dependerá das condições políticas proporcionadas por Obama.

"O Brasil é um país incrivelmente importante...É uma das economias mais dinâmicas no mundo. E, obviamente, para as duas maiores nações do hemisfério ter uma relação forte, só pode ser bom para o povo de nossos dois países, bem como para a região", disse.

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