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Opositores montam barricadas em Caracas; governo e oposição podem ter encontro

Brian Ellsworth e Andrew Cawthorne

Em Caracas

24/02/2014 13h40

Manifestantes contrários ao governo montaram barricadas na capital da Venezuela nesta segunda-feira (24), prejudicando o tráfego, em meio aos chamados da própria oposição por maior controle nos protestos, depois da morte de pelo menos 14 pessoas em manifestações.

O tráfego ficou confuso em Caracas, e muitas pessoas permaneceram em casa, uma vez que os manifestantes queimaram lixo e empilharam material nas principais avenidas, um dia depois de Henrique Capriles, líder da oposição, pedir que os protestos fossem pacíficos.

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  • EFE

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A maior onda de distúrbios na Venezuela por uma década é o maior desafio enfrentado pelo presidente Nicolás Maduro durante o seu governo de dez meses, mas não há sinais de que ele possa sair do poder ou que os carregamentos de petróleo do maior exportador do produto da América Latina possam ser afetados.

Capriles, de 41 anos, foi convidado para se encontrar à tarde com Maduro, como parte de um encontro entre prefeitos e governadores que poderia abrir o diálogo entre os dois lados após duas semanas de violência.

"Se há uma coisa que esses protestos violentos fizeram foi unir o chavismo", afirmou Maduro, na noite de domingo, em referência ao regime de 14 anos do seu antecessor, Hugo Chávez.

Capriles e outros líderes da oposição exigem que o governo liberte o líder preso das manifestações, Leopoldo López, e mais uma dezena de estudantes que participavam de protestos.

Eles também querem que Maduro desarme grupos pró-governo e faça algo em relação a problemas como criminalidade e falta de produtos básicos. Alguns líderes estudantis, no entanto, querem a saída do presidente.

O presidente, um ex-sindicalista de 51 anos, seguidor de Chávez, acusa os adversários de planejar um golpe com o apoio de Washington.

Capriles, que perdeu espaço político na oposição para López, criticou as declarações de Maduro e disse não saber se iria à reunião com presidente nesta tarde.

"Depois de tantas mentiras e insultos, estamos consultando as comunidades sobre a nossa ida", disse ele, via Twitter.

Os dois lados planejam reuniões e comícios nesta segunda-feira.

A mãe de López disse que o filho preso está bem. "Ele é forte, mas ele é um prisioneiro, e para uma mãe, é terrível ver o filho na cadeia", declarou Antonieta López à Reuters.