Rebeldes ucranianos resistem e colocam acordo de paz em perigo

KIEV/SLAVIANSK, 21 Abr (Reuters) - Um acordo fechado na semana passada para evitar uma intensificação do conflito na Ucrânia estava em perigo no início desta semana, com separatistas pró-Moscou dando sinais de que não vão desocupar os edifícios do governo.

Washington disse que responsabilizará Moscou e que irá impor novas sanções econômicas caso os separatistas não deixem os edifícios do governo que ocuparam no leste da Ucrânia nas últimas duas semanas.

O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, deverá dirigir-se a Kiev nesta segunda-feira para anunciar um pacote de assistência ao país com foco em energia e ajuda econômica, informou uma autoridade norte-americana.

Kiev e Moscou trocaram acusações sobre o tiroteio ocorrido na manhã do domingo de Páscoa, quando ao menos três pessoas morreram em um posto de controle dominado por separatistas armados. Moscou e seus aliados separatistas acusaram nacionalistas ucranianos pelo ataque, enquanto Kiev disse que a Rússia provocou a violência.

Em outro incidente, o ministro da Defesa ucraniano disse que homens armados a bordo de motocicletas atiraram conta um posto de controle entre Donetsk e Slaviansk pouco depois do anoitecer de domingo. As tropas abriram fogo, deixando um ferido e dois foram capturados, disse.

Rússia, Ucrânia, União Europeia e os Estados Unidos assinaram um acordo em Genebra na quinta-feira, com o objetivo de reduzir as tensões no pior confronto entre Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

O acordo exige que prédios ocupados sejam esvaziados sob a coordenação de enviados da Organização para a Segurança na Europa. Além disso, o acordo estabelece que todos os lados abram mão do uso da força.

Mas logo depois do acordo, ambos os lados acusaram o outro de quebrá-lo, enquanto rebeldes pró-Moscou disseram que não iriam sair dos edifícios ocupados.

"Estão sendo tomadas medidas - principalmente por aqueles que tomaram o poder em Kiev - que não apenas não atendem como violam o acordo de Genebra", disse o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, nesta segunda-feira, descrevendo o ataque ao posto de controle como um crime.

O presidente Vladimir Putin interrompeu décadas de diplomacia pós-Guerra Fria ao anunciar no mês passado que a Rússia tinha o direito de intervir em território vizinho para proteger ucranianos de fala russa. Ele então anexou a região ucraniana da Crimeia.

(Por Richard Balmforth e Aleksandar Vasovic)

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