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Conselho de Segurança da ONU avalia resolução sobre local de acidente na Ucrânia

Michelle Nichols

Em Nova York (EUA)

20/07/2014 17h53

O Conselho de Segurança da ONU está considerando elaborar uma resolução para condenar a derrubada de um avião de passageiros malaio na Ucrânia, exigir que grupos armados permitam o acesso ao local da queda, e para chamar Estados na região a cooperarem com a investigação.

A Austrália, que perdeu 28 cidadãos no acidente, circulou um rascunho, visto pela Reuters, aos 15 membros do Conselho de Segurança no fim do sábado, e diplomatas da ONU disseram que o rascunho pode ser votado ainda na segunda-feira.

O projeto de resolução "condena em seus termos mais fortes o abatimento do voo MH17 da Malaysia Airlines ... resultando na trágica perda de 298 vidas" na quinta-feira e exige que os responsáveis "sejam presos para responder e que todos os Estados cooperem totalmente com os esforços para estabelecer a responsabilidade."

O documento "expressa grande preocupação em notícias de insuficiente e limitado acesso ao local do acidente e de adulteração de provas relacionadas com o incidente" e exige que "grupos armados no controle do local do acidente e da área circundante abstenham-se de quaisquer ações que comprometam a integridade do local do acidente e forneçam imediatamente acesso seguro, pleno e livre."

A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam Moscou de alimentar um levante pró-Rússia, que ameaça acabar com a ex-república soviética de 46 milhões de pessoas. A Rússia nega orquestrar os levantes e diz que as tentativas da Ucrânia de encerrá-los por meio de força militar estão tornando a situação pior.

Moscou nega qualquer envolvimento no abatimento do avião e culpou o exército ucraniano. O Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, apresentou neste domingo as acusações mais detalhados até agora de que a Rússia forneceu sofisticados sistemas antiaéreos aos rebeldes usados ??para derrubar a aeronave.

A Rússia propôs alterações ao projecto de resolução do Conselho de Segurança neste domingo, que inclui a remoção de referências a grupos armados e adulteração de provas.

Moscou também quer incluir uma demanda de que "todas as atividades militares sejam imediatamente cessadas nas áreas que cercam o local da queda para permitir a segurança da investigação internacional."

Monitores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa visitaram partes do local da queda pelo terceiro dia neste domingo. Eles disseram no sábado que homens armados haviam impedido-os de se aproximarem de alguns dos destroços.