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Reino Unido resiste a ataques aéreos contra EI, apesar de morte de refém

Cameron faz pronunciamento à imprensa sobre a morte do britânico David Haines - John Stillwell/EFE
Cameron faz pronunciamento à imprensa sobre a morte do britânico David Haines Imagem: John Stillwell/EFE

Em Londres

14/09/2014 13h35Atualizada em 15/09/2014 07h52

O Reino Unido resistiu neste domingo à pressão para se juntar aos Estados Unidos em anunciados ataques aéreos contra o Estado Islâmico (EI), mesmo depois de o grupo militante ter decapitado o refém britânico David Haines.

Falando depois de presidir uma reunião do comitê de resposta a emergências do governo em Londres, o primeiro-ministro David Cameron disse que seu governo luta em várias frentes, mas, por enquanto, não estava lançando ataques aéreos.

"Estamos prontos para tomar as medidas necessárias para lidar com esta ameaça e manter nosso país seguro", disse ele, em um comunicado televisionado feito a partir de seu escritório.

Reino Unido e EUA devem discutir decapitação na segunda-feira

O Reino Unido, no passado, foi muitas vezes o primeiro a aderir à ação militar dos EUA no exterior.

A opinião pública está cansada da guerra e o Parlamento rejeitou, no ano passado, ataques aéreos sobre a Síria. Soma-se a isso questões sensíveis em torno do referendo de independência da Escócia, na próxima quinta-feira. Essas questões significam um Cameron reticente desta vez.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, deve discutir a decapitação do britânico, que atuava em ajuda humanitária, com o secretário de Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, em uma reunião em Paris na segunda-feira.

"Tenho certeza de que vai ser um tópico de discussão", disse um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA em Paris, em condição de anonimato, referindo-se ao assassinato.

Sob pressão, Cameron descarta combates no solo

A divulgação do vídeo com a decapitação do cidadão britânico coloca pressão sob o premiê para adotar uma postura mais dura contra o Estado Islâmico.

Cameron disse que não descarta nenhuma opção para combater o grupo, com a exceção de combates no solo, mas está recebendo pedidos cada vez maiores de alguns de seus próprios legisladores conservadores e de ex-chefes militares para se unir aos Estados Unidos no lançamento de ataques aéreos.

A última tentativa de Cameron de obter apoio do Parlamento britânico a ataques aéreos contra a Síria, no ano passado, terminou em fracasso, e os legisladores votaram contra tal medida.

Cameron, que voltou a Londres antes do previsto na noite de sábado para presidir a reunião de emergência, chamou o assassinato de Haines de um ato de pura maldade e prometeu levar seus assassinos à Justiça.

(Por Andrew Osborn e Guy Faulconbridge)

11.ago.2014 - Cidades sob controle do Estado Islâmico no Iraque e na Síria - Arte UOL - Arte UOL
Cidades sob controle do Estado Islâmico ou sob ameaça de ataques na Síria e Iraque
Imagem: Arte UOL