Rússia diz que Ucrânia tem de dar um jeito "dentro de uma semana" de pagar pelo gás
Por Katya Golubkova
MOSCOU (Reuters) - A Ucrânia tem de encontrar um meio de pagar pelo abastecimento de gás da Rússia dentro de uma semana, disse o ministro russo de Energia, Alexander Novak, nesta quarta-feira, sugerindo que o impasse acabaria quando Moscou recebesse garantias financeiras de Kiev.
A mais recente rodada das conversas sobre o gás entre Moscou e Kiev encerrou-se na terça-feira em Bruxelas, sem que houvesse acordo em uma disputa que levou a Rússia a cortar o abastecimento de gás para seu vizinho em meados de junho, potencialmente prejudicando os fluxos para a União Europeia.
Mas, embora Novak tenha dito estar otimista por novas conversas em 29 de outubro, o primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, disse que se mantém cético sobre as relações com a Rússia, salientando como os esforços para alcançar um acordo são prejudicados por um conflito político maior entre os dois países.
Na terça-feira, a Rússia aumentou a pressão sobre a Ucrânia, que depende de ajuda do Ocidente, exigindo garantias de como Kiev encontraria o dinheiro para pagar Moscou.Antes, a Ucrânia pediu à União Europeia mais 2 bilhões de dólares em crédito.
Novak disse a repórteres em uma conferência de energia em Moscou que ambos os lados haviam quase alcançado um acordo, mas que as conversas foram travadas “por outra questão: onde a Ucrânia vai conseguir o dinheiro para pagar antecipadamente o abastecimento de gás em novembro e dezembro”.
“Se os ucranianos têm o dinheiro, então os documentos serão assinados. Se não, então terão que esperar."
Sergei Kupriyanov, porta-voz da exportadora de gás russa Gazprom, disse à Reuters que os fluxos de gás para a Ucrânia seriam retomados tão logo Kiev recebesse ajuda financeira.
“Se a Europa der o dinheiro a eles, então o gás vai fluir”, disse ele.
Em Kiev, Yatseniuk disse que o governo ucraniano estava negociando com seus parceiros europeus sobre reexportar gás para a Ucrânia e não estava otimista sobre as conversas, ofuscadas pelo levante separatista no leste ucraniano e pela anexação da Crimeia, antes território pertencente a Kiev, pela Rússia.
Kiev e Moscou concordaram sobre um preço para o fornecimento de gás russo durante o inverno, de 385 dólares a cada mil metros cúbicos, mas os dois lados tropeçaram em outras questões, incluindo se será preciso que a Ucrânia pague adiantado.
(Por Katya Golubkova)
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