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Vice-presidente dos EUA expressa apoio à Ucrânia e critica Putin

Por Alessandra  Prentice
Imagem: Por Alessandra Prentice

21/11/2014 21h36

Por Alessandra Prentice

KIEV (Reuters) - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, repudiou nesta sexta-feira o comportamento da Rússia na Ucrânia, chamando-o de “inaceitável”, e disse que Moscou deveria cumprir o acordo de paz firmado em setembro e retirar suas forças militares do país vizinho.

Dirigindo-se retoricamente ao líder russo, Vladimir Putin, depois de conversar com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, Biden declarou: “Faça o que concordou em fazer, senhor Putin”.

A visita norte-americana de alto escalão a Kiev aconteceu diante de um panorama de esforços diplomáticos incapazes de ressuscitar o acordo de paz assinado pela Ucrânia, pela Rússia e pelos separatistas pró-Moscou que lutam no leste ucraniano.

A Rússia diz apoiar a causa rebelde mas nega as acusações ucranianas e ocidentais de que enviou suas próprias tropas oficiais e seus blindados para fortalecer os separatistas. Moscou afirma que quaisquer russos que estejam participando dos combates são voluntários.

Os dois lados também acusaram um ao outro de violar o cessar-fogo, e a Ucrânia disse nesta sexta-feira que seu território recebeu disparos de artilharia através da fronteira partindo da Rússia pela primeira vez desde que a trégua entrou em vigor.

A visita de Biden a Kiev ocorreu no primeiro aniversário da decisão do governo do então-presidente ucraniano Viktor Yanukovich de descartar um pacto político e comercial com a União Europeia em favor de laços mais próximos com a Rússia.

A medida provocou manifestações de dezenas de milhares de ucranianos e levou à deposição de Yanukovich, apoiado por Moscou, em fevereiro. A Rússia anexou a Crimeia em março e apoiou os separatistas do leste, desencadeando o pior confronto entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

Poroshenko, eleito presidente em maio, declarou que o futuro de seu país continua em risco.

“Mais do que nunca, precisamos de uma unidade nacional, senão o conflito dentro do país irá nos destruir”, disse ele em um comunicado à nação publicado em seu site.

Biden não fez menção à ajuda militar adicional que Kiev solicitou. Seu escritório informou que cerca de 118 milhões de dólares em auxílio dos EUA foram destinados às forças de segurança da Ucrânia, mas sem especificar quanto dessa parcela ainda será encaminhada.

A Casa Branca aguarda uma aprovação do Congresso para liberar 20 milhões de dólares de apoio a reformas no aparato de segurança e no sistema judiciário da Ucrânia, acrescentou o escritório.

(Reportagem adicional de Pavel Polityuk, Natalia Zinets e Warren Strobel)