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Protestos se espalham pelo EUA; mais soldados são enviados a Ferguson após violência

Em Ferguson

26/11/2014 08h11Atualizada em 26/11/2014 09h36

Cerca de 2.000 homens da Guarda Nacional enviados à região de St. Louis ajudaram a polícia a evitar uma segunda noite de protestos violentos e vandalismo, à medida que os protestos se espalharam para várias cidades dos Estados Unidos após um júri ter decidido não indiciar um policial branco que matou um jovem negro desarmado.

O presidente Barack Obama fez um apelo por diálogo, e o secretário de Justiça do governo prometeu que uma investigação federal sobre a morte de Michael Brown, de 18 anos, em agosto, será rigorosa.

O policial Darren Wilson, que atirou no jovem, disse que sua consciência está tranquila.

Apesar do reforço na presença dos agentes de segurança em Ferguson, um carro de polícia foi incendiado perto da prefeitura ao anoitecer, e a polícia lançou bombas de fumaça e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.

Uma multidão de manifestantes depois se reuniu perto do quartel-general da polícia, entrando em confronto com policiais que utilizaram spray de pimenta.

A multidão, no entanto, era menor e menos agitada do que na segunda-feira, quando cerca de 12 imóveis comerciais foram incendiados e outros foram saqueados, em meio a troca de tiros esporádicas por parte dos manifestantes e bombas de gás disparadas pela polícia.

Mais de 60 pessoas foram presas na segunda, ante 44 detenções na noite de terça, de acordo com a polícia.

A agitação em torno da morte de Brown em Ferguson, uma cidade predominantemente negra com uma estrutura de poder dominada pelos brancos, destacou a natureza muitas vezes tensa das relações raciais nos EUA e os laços instáveis entre a polícia e as comunidades afroamericanos.

Protestos também ocorreram em outras cidades norte-americanas na terça-feira, de Los Angeles à capital Washington.

O policial Wilson, que poderia ter enfrentado acusações que vão desde homicídio involuntário a assassinato em primeiro grau, disse em entrevista à ABC News que não havia nada que poderia ter feito de forma diferente em seu confronto com Brown que poderia evitar a morte do adolescente.

"A razão pela qual eu tenho a consciência limpa é porque eu sei que eu fiz o meu trabalho direito", disse ele, acrescentando que não teria agido de forma diferente se Brown fosse branco.