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Bombardeios em cidade ucraniana de Mariupol deixam pelo menos 30 mortos

Alessandra Prentice e Pavel Polityuk

Em Kiev

24/01/2015 11h27

Pelo menos 30 pessoas foram mortas por bombardeios de rebeldes pró-russos neste sábado na cidade portuária de Mariupol, no leste da Ucrânia, disse a polícia regional, enquanto um líder rebelde disse que separatistas estavam lançando uma ofensiva na localidade, segundo a agência de notícias RIA.

Os separatistas rejeitaram mais conversações de paz e os combates se intensificaram para o maior nível em meses. A Organização das Nações Unidas (ONU) disse na sexta-feira que 262 pessoas morreram nos últimos nove dias.

"Hoje, uma ofensiva foi lançada em Mariupol. Este será o melhor monumento possível a todos os nossos mortos", disse o líder rebelde, Alexander Zakharchenko, segundo a RIA, durante uma cerimônia em Donetsk, controlada pelos rebeldes.

Os separatistas planejam cercar Debaltseve, uma cidade ao nordeste de Donetsk, nos próximos dias, disse ele no mesmo evento, de acordo com a agência de notícias russa Interfax.

O conselho municipal de Mariupol e a polícia regional afirmaram que os rebeldes dispararam foguetes a partir de sistemas de mísseis GRAD de longo alcance matando pelo menos 30 pessoas e ferindo outras 83. A Interfax disse mais cedo que os rebeldes haviam negado o ataque.

Mariupol, controlada pelo governo, está às margens do Mar de Azov, entre a fronteira da Ucrânia com a Rússia até a península da Crimeia, anexada pelos russos em março do ano passado.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, condenou o incidente como um ataque deliberado de rebeldes contra cidadãos pacíficos, mas disse que a ameaça real vai além territórios separatistas.

"O mundo precisa conter as ameaças do agressor russo à Ucrânia, à Europa e à segurança global. O problema está na cidade-herói de Moscou - Kremlin, Vladimir Putin", disse ele em uma reunião de chefes de segurança e de defesa.

Apesar dos apelos internacionais por um cessar-fogo, Zakharchenko prometeu na sexta-feira que suas forças vão liderar uma nova ofensiva, enquanto a ONU disse que o conflito, que começou no leste da Ucrânia há mais de nove meses, estava agora no seu "período mais mortal" desde que um acordo de paz foi alcançado em setembro.

Na reunião em Kiev, o ministro da Defesa ucraniano, Stepan Poltorak, disse que nas últimas 24 horas houve uma grave escalada nos confrontos nas linhas de frente em toda a zona de conflito.

"A partir da região de Luhansk e terminando em Mariupol, em todos os lugares grupos armados ilegais em conjunto com unidades russas estão indo para a ofensiva", disse ele.