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Estado Islâmico coloca fogo em campo de petróleo a leste de Tikrit, diz testemunha

05/03/2015 08h10

BAGDÁ (Reuters) - Militantes do Estado Islâmico colocaram fogo em poços de petróleo no campo de Ajil, a leste da cidade de Tikrit, para tentar evitar ataques aéreos que tinham como objetivo expulsar o grupo do campo, disse uma testemunha e fonte militar.

A fumaça preta podia ser vista subindo do campo de petróleo desde a tarde de quarta-feira, disse a testemunha, que acompanhou uma milícia iraquiana e soldados que avançavam para Tikrit.

Antes de o Estado Islâmico tomar o campo em junho, a produção era de 25.000 barris de petróleo por dia, que eram enviados para a refinaria de Kirkuk, assim como 4,25 milhões de metros cúbicos de gás por dia, canalizados para a estação de energia de Kirkuk, controlada pelo governo.

Um engenheiro no local contou à Reuters em julho do ano passado que os militantes do Estado Islâmico estavam bombeando pequenos volumes de petróleo de Ajil, temendo que suas técnicas primitivas de extração pudessem inflamar o gás.

Bombardeios em agosto danificaram o centro de controle do campo de Ajil, de acordo com a Administração de Informação Energética dos Estados Unidos.

Ajil fica cerca de 35 quilômetros a nordeste de Tikrit. Militantes xiitas da Organização Badr, apoiada pelo Irã, e soldados iraquianos estão avançando pela área como parte de um ataque coordenado à cidade sunita muçulmana controlada pelo Estado Islâmico.

Soldados e milícias também estão avançado pelo rio Tigre pelo norte e sul da cidade, preparando uma ofensiva conjunta esperada para os próximos dias. É provável que ataquem primeiro as cidades de Al-Dour e Al-Alam, ao sul e norte de Tikrit.

A aproximação foi retardada por bombas nas estradas, atiradores de elite e ataques de homens-bombas.

Uma fonte policial da província de Salahuddin, onde Tikrit se localiza, disse que um comboio de oito veículos do Estado Islâmico atacou forças iraquianas no amanhecer desta quinta-feira na área de Al-Muaibidi, a leste de Alam.

A fonte disse que o Exército revidou fogo, matando quatro militantes e queimando dois de seus carros.

(Reportagem de Dominic Evans e Saif Hameed, em Bagdá, e Mostafa Hashem, no Cairo)