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Dilma oferece apoio a Maduro para diminuir tensões entre Venezuela e EUA

Bruno Marfinati

Em São Paulo

08/04/2015 19h26

A presidente Dilma Rousseff se colocou à disposição do seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, para ajudar a fortalecer o diálogo político interno na Venezuela e a reduzir as tensões do país vizinho com os Estados Unidos, afirmou o Palácio do Planalto em comunicado nesta quarta-feira (8).

Dilma conversou com Maduro por telefone no fim desta manhã para tratar da situação política venezuelana e da Cúpula das Américas, que acontecerá no fim de semana no Panamá em meio a um dos piores momentos da diplomacia entre Venezuela e EUA.

"Ela ouviu do presidente Maduro a disposição de promover uma redução das tensões com os Estados Unidos em base ao respeito mútuo à soberania nacional dos dois países. A presidenta saudou a iniciativa de Maduro e colocou-se à disposição para contribuir nessa direção", afirmou a nota da Presidência.

Os EUA declararam a Venezuela uma "ameaça" à sua segurança e impuseram sanções a sete autoridades do governo venezuelano, o que foi considerado por Maduro um passo prévio para os norte-americanos invadirem o país sul-americano.

O conselheiro do Departamento de Estado norte-americano, Thomas Shannon, se reuniu nesta quarta-feira em Caracas com a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, para tentar diminuir o tom do recente atrito antes da Cúpula das Américas.

Dilma também reiterou a disposição do Brasil para continuar "solidariamente desenvolvendo iniciativas que permitam fortalecer o diálogo" entre o governo e a oposição na Venezuela, que recentemente tem sido palco de protestos e repressões a rivais de Maduro.

Dilma também conversou mais tarde nesta quarta-feira com o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, que telefonou a Brasília para discutir a viagem dela a Washington e confirmar o encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, no Panamá, "quando serão detalhados outros aspectos da visita".

Dilma cancelou uma visita de Estado que faria aos EUA em 2013 depois de denúncias de que agências de inteligência norte-americanas teriam espionado suas comunicações privadas.

Não há informações na nota se Dilma e Biden conversaram sobre a situação na Venezuela.

As tensões entre os dois parceiros comerciais aumentaram desde que o falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez chegou ao poder em 1999 e continuaram sob a gestão do seu sucessor político, Maduro. Ambos os países não têm embaixadores nas respectivas capitais desde 2008, quando houve uma expulsão mútua dos diplomatas.