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Hezbollah não vislumbra fim para guerra na Síria e vê risco de divisão no Oriente Médio

Samia Nakhoul, Tom Perry e Laila Bassam

Em Beirute

21/05/2015 16h01

O grupo libanês Hezbollah acredita que o Oriente Médio corre o risco de uma divisão e não vislumbra um fim para a guerra na Síria, onde luta ao lado do presidente, Bashar al-Assad, contra os insurgentes apoiados por seus inimigos regionais.

Sheikh Naim Qassem, vice-líder da organização apoiada pelo Irã, disse que os insurgentes não conseguirão depor o governo de Assad, apesar de suas vitórias recentes, incluindo a captura de Palmira esta semana pelos jihadistas do Estado Islâmico.

Em entrevista à Reuters, Qassem afirmou que os aliados de Assad --Irã, Rússia e o Hezbollah-- irão respaldá-lo "por mais tempo que isso leve". Não pode haver solução para a guerra sem Assad, e já é hora de "os árabes e o mundo" perceberem isso, acrescentou o clérigo de turbante branco nas instalações do Hezbollah em Beirute.

O Hezbollah tem sido um aliado crucial de Assad no conflito de mais de quatro anos, enviando seus combatentes para ajudá-lo a manter territórios e continuar no poder. O grupo libanês, que também é um partido islâmico xiita com uma facção armada poderosa, descreve seu papel como parte de uma luta contra jihadistas que representam uma ameaça crescente para a região.

A instabilidade regional vem sendo alimentada pela rivalidade entre o governo islâmico xiita do Irã e o reinado sunita conservador da Arábia Saudita, um dos principais patrocinadores da insurgência contra Assad.

Qassem disse que a política saudita tem culpa em conflitos regionais, como o mais recente a surgir no Iêmen, e acusou Riad de ter "dois pesos e duas medidas", apoiando islâmicos sunitas radicais, ou "takfiris", em todo o Oriente Médio enquanto procura eliminá-los em casa. Ele também culpou Washington, afirmando que os Estados Unidos estão esperando para ver como as coisas correm ao invés de adotar políticas claras.