Topo

Famílias de vítimas do voo MH370 voltam a falar em indenizações após descoberta de destroços

Swati Pandey

Sydney (Austrália)

31/07/2015 13h38

A descoberta de destroços de avião em uma ilha remota ao sul do oceano Índico reanimou os esforços dos familiares dos passageiros de um voo da Malaysia Airlines desaparecido para buscar indenizações maiores, disseram advogados do setor aéreo.

O voo MH370 desapareceu em março do ano passado enquanto voava de Kuala Lumpur para Pequim com 239 passageiros e tripulantes a bordo. Ainda não se encontrou nenhum vestígio comprovadamente da aeronave, mas o surgimento de um objeto, identificado por especialistas em aviação como parte de uma asa, na ilha de Reunião, a leste de Madagascar, pode ser a primeira pista do caso.

A maioria das pessoas no avião era da China. Zhang Qihuai, advogado que representa as famílias, disse à Reuters que mais de 30 familiares na China já concordaram em processar a empresa se for confirmado que os destroços são parte do avião desaparecido.

Joseph Wheeler, conselheiro especial da firma de advocacia Maurice Blackburn Lawyers, da cidade australiana de Melbourne, também afirmou que iniciou novas conversas com mais famílias na Malásia desde a descoberta de quarta-feira (29).

"Isso está desencadeando uma retomada do monitoramento e das recomendações às famílias", disse Wheeler à Reuters. "Se houver indício de que a aeronave teve problemas técnicos, isso pode muito bem desencadear uma onda de ações civis em todo o mundo, predominantemente na Malásia e na China", afirmou.

Zhang disse que os familiares discutiram entrar com processos na China, na Malásia ou nos Estados Unidos.

Uma autoridade malaia e especialistas em aviação disseram que a peça recuperada, uma parte da asa com tamanho entre 2 metros e 2,5 metros, conhecida como 'flaperon', quase certamente é parte de um Boeing 777, o mesmo tipo de avião do voo MH370.

Em janeiro, a Malaysia Airlines anunciou o desaparecimento como um acidente, abrindo caminho para pagar indenizações aos parentes das vítimas, enquanto a busca pela aeronave desaparecida transcorre em uma área ampla de 1.600 quilômetros ao oeste da Austrália.

(Reportagem adicional de Megha Rajagopalan em Pequim e Alwyn Scott em Nova York)