Paes defende nome próprio do PMDB em 2018 e não descarta ser candidato

Por Pedro Fonseca e Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, defendeu nesta terça-feira que seu partido, o PMDB, lance candidato próprio à Presidência em 2018 e não descartou a possibilidade de ser o nome da sigla na disputa pelo Palácio do Planalto.

O prefeito, que está na reta final de preparação do Rio para a Olimpíada de 2016 a um ano dos Jogos, também disse em entrevista à Reuters considerar "injusto" vincular um sucesso do evento esportivo com uma eventual candidatura sua à Presidência e disse que, ao terminar o mandato no fim do ano que vem, pretende tirar seis meses de férias.

"Acho que é injusto comigo e com a Olimpíada dizer que se a Olimpíada der certo, eu mereço ser presidente (da República). Se não der certo, eu não mereço. São divagações e estamos a três anos e meio do processo eleitoral. A única coisa que eu penso é na cidade do Rio", disse Paes.

"Não estou dizendo que dessa água não beberei no futuro, mas acho que não guarda essa relação (com a Olimpíada)", acrescentou.

Diversos caciques peemedebistas, como o vice-presidente Michel Temer, que também preside o partido, e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), têm afirmado que o PMDB terá candidato próprio em 2018, depois de ter a vice na chapa vitoriosa encabeçada pela petista Dilma Rousseff em 2010 e 2014.

"Acho que qualquer partido grande, da dimensão do PMDB, tem que ter candidato majoritário. Não tenho a menor dúvida... O PMDB perde muita identidade e densidade ao não ter candidatura própria à Presidência. Sou um defensor disso", afirmou Paes.

"Agora, temos a vice-presidência da República, temos compromissos com a presidente Dilma e temos que ter muita serenidade nesse momento. O Brasil precisa de nossa ajuda mais uma vez e o Brasil precisa avançar. Eleição você trata na hora da eleição e estamos em 2015", ponderou.

Paes, que quando era deputado federal pelo PSDB foi um dos membros mais atuantes na CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão, evitou cravar qual será seu futuro e colocou como principal desafio político a eleição do ano que vem, que definirá seu sucessor. No segundo mandato seguido à frente da prefeitura do Rio, o peemedebista não pode tentar a reeleição.

"Não me movimento pensando na eleição seguinte. A eleição seguinte que eu penso é a minha sucessão. Acho que tenho muito mais responsabilidade com a minha sucessão do que com a eleição de governador e presidente", disse.

EM DEFESA DE DILMA

Em meio às discussões nos meios políticos sobre um eventual pedido de impeachment de Dilma, por eventuais problemas nas contas do governo federal no ano passado ou por supostas doações irregulares à campanha de reeleição, Paes saiu em defesa da presidente.

"Não há nada na conduta da presidenta Dilma que justifique crime de responsabilidade, que é quando você tem processo de impedimento", disse.

"É um jogo da oposição e acho às vezes um jogo irresponsável para a história brasileira. Alertei alguns bons amigos que tenho na oposição que o Brasil não merece esse desequilibro institucional", acrescentou.

'VACACIONES'

Paes disse na entrevista que tem apenas uma preocupação a partir de 1º de janeiro de 2017, quando entregará o comando da prefeitura a seu sucessor.

"Minha ideia é 'vacaciones' (férias em espanhol). Minha ideia é tirar uns seis meses, morar fora com a mulher, com os filhos. Estou vendo algumas alternativas, estudar em alguma universidade americana... estudar qualquer coisa, desde que não tenha que fazer provas", disse. "Me imagino em férias", garantiu.

(Reportagem adicional de Eduardo Simões)

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