Presidente do PT diz confiar que petistas votarão a favor de processo contra Cunha

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta terça-feira confiar que os representantes do partido no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados votarão a favor do prosseguimento de um processo que pede a cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar.

"Confio em que nossos deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissibilidade (do processo contra Cunha)", escreveu Falcão em sua conta no Twitter.

Deputados começaram a discutir o parecer preliminar do relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP), na tarde deste terça-feira, em uma sessão marcada por longos debates sobre questões regimentais e análises de recursos apresentados por parlamentares, principalmente aliados de Cunha, na tentativa de adiar um resultado.

Há expectativa sobre o posicionamento dos três deputados petistas no Conselho de Ética da Câmara, já que cabe a Cunha, como presidente da Casa, decidir se dá ou não andamento a um pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Segundo um parlamentar aliado a Cunha, que pediu anonimato, um representante petista teria procurado pessoas ligadas ao presidente da Câmara na segunda-feira para dizer que os deputados do PT no conselho votariam contra o prosseguimento do processo, ou seja, votariam favoravelmente a Cunha.

A fonte afirmou ainda que a oferta do PT teria o objetivo de evitar que Cunha acate os pedidos de impeachment contra a presidente.

Outros petistas, no entanto, como o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que não faz parte do Conselho de Ética, defendem que os colegas que integram o colegiado votem pelo andamento do processo.

Fontana é um dos signatários de um documento firmado por outros 30 deputados petistas pedindo que os colegas de partido com assento no Conselho de Ética votem pelo andamento do processo contra o presidente da Câmara.

Cunha é acusado de ter mentido em depoimento à CPI da Petrobras ao afirmar que não tem contas bancárias no exterior. Documentos dos Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça apontaram a existência dessas contas no nome do peemedebista e de familiares no país europeu.

Além do processo que pede sua cassação no Conselho de Ética, Cunha também é alvo de uma denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal acusado de receber 5 milhões de dólares do esquema de corrupção na Petrobras.

O deputado também responde a inquérito junto ao Supremo por conta das contas bancárias na Suíça em seu nome e no de familiares.

O presidente da Câmara está rompido com o governo da presidente Dilma Rousseff desde julho, depois que um delator da operação Lava Jato o acusou de ter recebido propina do esquema de corrupção na estatal.

O parlamentar nega as irregularidades e afirma que seguirá no comando da Câmara.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Eduardo Simões)

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