Obama anuncia força-tarefa para combater propaganda extremista online

Dustin Volz e Mari Saito

Em Washington e San Jose

  • Welayat Homs/AFP

O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (8) a formação de uma força-tarefa para combater a propaganda online do Estado Islâmico e de outros grupos militantes, no momento em que os EUA tentam reprimir o uso sem precedentes da internet por jihadistas.

Um novo grupo chamado Força-Tarefa para Contrapor-se ao Extremismo Violento vai "integrar e harmonizar" os esforços do governo para evitar o extremismo violento nos EUA, disse Ned Price, porta-voz de segurança nacional da Casa Branca.

Algumas das mudanças parecem principalmente burocráticas, contudo, e refletem as dificuldades atuais do governo para lidar com a presença online do Estado Islâmico.

Obama está trabalhando para assegurar o público que o seu governo está tendo êxito contra o Estado Islâmico após os recentes ataques em Paris e em San Bernardino, na Califórnia.

Como parte do esforço, autoridades do setor de segurança nacional começaram se encontrando nesta sexta-feira com executivos de companhias de tecnologia norte-americanas, incluindo o presidente da Apple, Tim Cook, no Vale do Silício, na Califórnia, para discutir como melhor dificultar o uso da internet pelos extremistas violentos.

A conversa em San Jose focaria em como combater o uso das redes sociais pelo Estado Islâmico para "recrutar, radicalizar e mobilizar" seus seguidores, de acordo com uma pauta que circulou entre os participantes.

A reunião também discutiria como a tecnologia pode ser usada para cortar os caminhos para a violência e identificar padrões de recrutamento, além de criar um "conteúdo alternativo" que possa combater o grupo, que controla grandes áreas na Síria e no Iraque.

Um relatório de 2015 do Brookings Institution revelou que o grupo militante havia operado pelo menos 46 mil contas de Twitter durante um período de três meses em 2014.

Cook, da Apple, se juntará ao grupo em San Jose, de acordo com fontes próximas à organização do encontro. Facebook, Google, Twitter, Microsoft, Yahoo e LinkedIn também planejam mandar executivos.

Diversas redes sociais atualizaram os seus termos de serviço nos últimos 18 meses para endurecer as regras contra conteúdos que possam estimular a violência, mas algumas são relutantes em parecer que cooperam demais com o governo por conta de preocupações comerciais e relacionadas à privacidade.

O Twitter, criticado como menos cooperativo do que outras empresas, atualizou as suas políticas na semana passada para proibir "conduta de ódio". (Reportagem adicional de Roberta Rampton e Julia Edwards em Washington)

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