Comboio de ajuda humanitária segue para cidade síria sitiada com mortos pela fome

Em Damasco

  • Por Kinda Makieh

Comboios de ajuda humanitária partiram nesta segunda-feira (11) rumo a uma cidade síria sitiada onde milhares de pessoas estão encurraladas e, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), há relatos de mortos devido à fome.

Dezenas de caminhões com o logo do Crescente Vermelho e transportando alimentos e suprimentos médicos deixaram Damasco rumo a Madaya, próximo à fronteira libanesa, como parte de um acordo entre as partes em conflito.

Em sua conta no Twitter na Síria, a Cruz Vermelha disse que outro comboio estava a caminho de duas aldeias xiitas, Al Foua e Kefraya, na província noroeste de Idlib, a 300 quilômetros de distância. Segundo o acordo, a ajuda deveria entrar simultaneamente em Madaya e nas duas aldeias.

Madaya está sitiada por forças do governo pró-Síria, enquanto as duas aldeias na província de Idlib estão cercadas por rebeldes que combatem o governo sírio.

O bloqueio de Madaya se tornou uma questão central para os líderes da oposição síria, que disseram a um enviado da ONU na semana passada que não iriam tomar parte em negociações com o governo, programadas para o final deste mês, até que este e outros cercos sejam suspensos.

A ONU disse na quinta-feira que o governo sírio havia concordado em permitir o acesso a Madaya, onde funcionários da ONU afirmam haver relatos críveis de pessoas morrendo de fome.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que acompanha a guerra, colocou o número como sendo 10, enquanto ativistas da oposição dizem ser dezenas. A Reuters não pôde confirmar de forma independente os relatos.

Um ativista da oposição disse que as pessoas estavam comendo folhas e plantas.

O bloqueio em Madaya começou há seis meses, quando o Exército sírio e seu aliado libanês Hezbollah iniciaram uma campanha para restabelecer o controle do presidente Bashar al-Assad sobre áreas ao longo da fronteira sírio-libanesa. Em resposta às acusações de que há pessoas famintas em Madaya, o Hezbollah tem negado quaisquer mortes na cidade e acusou líderes rebeldes de impedir a saída das pessoas do local.

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