União Europeia pressiona China para cortar excesso de capacidade em aço

BRUXELAS (Reuters) - A principal encarregada comercial da União Europeia pressionou a China a tomar medidas para reduzir o excesso de capacidade produtiva de sua indústria de aço e alertou que o bloco de países vai abrir mais três investigações sobre dumping este mês envolvendo importações de produtos siderúrgicos chineses.

A comissária europeia de comércio, Cecilia Malmstrom, escreveu uma carta ao ministro do Comércio da China, Gao Hucheng, afirmando que ela apoia os planos chineses para corte de produção de aço, mas acrescentou que isso precisa ser transformado em ações concretas.

A pressão acontece em um momento em que a União Europeia debate sobre relaxamento de defesas comerciais contra a China a pedido de Pequim. Uma recomendação da Comissão Europeia deve sair por volta de julho, após consultas públicas.

Malmstrom afirmou que está preocupada sobre um crescimento das exportações chinesas no ano passado, de cerca de 50 por cento, o que resultou em queda de preços de certos produtos de até 50 por cento. Milhares de empregos na UE foram perdidos e dezenas de milhares mais estão ameaçados.

"Diante desta tendência preocupante, eu peço para você tomar todas as medidas apropriadas para reduzir o excesso de capacidade e outras causas que estão agravando a situação", disse a comissária na carta com data de 29 de janeiro obtida pela Reuters.

Ela afirmou que a Comissão Europeia está pronta para abrir três investigações em fevereiro sobre dumping chinês.

A China, que produz metade do aço mundial, exportou um recorde de 112 milhões de toneladas da liga no ano passado, equivalente a toda a produção da Amérida do Norte, irritando parceiros comerciais que afirmam que o país está promovendo dumping nos mercados globais.

A UE tem 35 medidas de defesa comercial contra importações de produtos siderúrgicos, com 15 delas envolvendo a China diretamente. Há ainda seis investigações em andamento, três sobre a China.

O bloco também instituiu o registro das importações chinesas, o que significa que qualquer medida de defesa comercial poderá ser retroativa.

(Por Philip Blenkinsop)

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