Brasil e EUA fecham acordo e esperam desenvolver vacina contra Zika em um ano

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Saúde fechou parceira com a Universidade do Texas para pesquisar e produzir uma vacina contra o Zika vírus, que pode ser desenvolvida em aproximadamente um ano, anunciou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, nesta quinta-feira.

Segundo o ministro, os cientistas envolvidos na pesquisa estão “tão otimistas”, que há possibilidade de a vacina estar pronta para uso em larga escala em três anos.

“Há um grande otimismo de que nós poderemos desenvolver essa vacina num tempo menor do que estava previsto...aproximadamente dentro de um ano nós poderemos ter a vacina desenvolvida”, disse o ministro da Saúde a jornalistas.

“Se tudo correr bem... digamos que em três anos a gente poderia ter a vacina”, afirmou.

Para agilizar a produção da vacina, segundo Castro, os pesquisadores concordaram em promover testes da vacina simultaneamente em camundongos e macacos, e não separadamente.

Estão previstos investimentos brasileiros de 1,9 milhão de dólares nos próximos cinco anos na parceria com os Estados Unidos e o Instituto Evandro Chagas.

O acordo prevê a criação de um comitê de coordenação que irá se reunir para analisar progressos e resultados alcançados no âmbito da cooperação, e também está prevista a participação de outros organismos internacionais, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O ministério também anunciou nova parceria com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) e o Estado da Paraíba para estudos sobre fatores associados entre o Zika vírus e a microcefalia.

TERCEIRO CASO

Segundo Castro, ainda não há dados atualizados de notificações de suspeitas de microcefalia associada ao Zika vírus. O último boletim divulgado pelo ministério aponta 4.783 casos suspeitos, sendo que 404 deles foram confirmados.

Mas o ministro confirmou que a Organização Mundial de Saúde foi comunicada da morte de uma terceira pessoa, uma mulher de 20 anos falecida em abril do ano passado, relacionada à doença. O Zika vírus foi encontrado em amostras da jovem.

“Estamos estudando ainda em maior profundidade porque só agora essa informação chegou para a gente”, disse Castro. “A informação que temos é que foi Zika”.

O diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, explicou que não é possível dizer que a doença foi a única causa da morte da jovem, mas que ainda assim tinha de ser notificada à OMS. Ela apresentava problemas respiratórios e teve uma pneumonia como causa mortis oficial.

“Não é possível afirmar a essa altura que o vírus Zika foi a causa exclusiva e direta da morte. É possível que tenha sido... mas ainda precisamos de mais dados e de investigação”, disse Maierovitch.

Castro afirmou ainda que está prevista a visita da diretora-geral da OMS, Margaret Chan, ao Brasil nos dias 23 e 24 deste mês.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Edição de Eduardo Simões)

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