Irã tem interesse em investir em refinarias no Nordeste, diz fonte do governo

Por Leonardo Goy

BRASÍLIA (Reuters) - O Irã tem interesse em investir na construção das refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará, cujos projetos foram abandonados pela Petrobras no ano passado, após uma longa busca por investidores, disse à Reuters uma fonte do governo brasileiro que acompanha o assunto.

Mais cedo, nesta quinta-feira, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Eduardo Braga, afirmou a jornalistas que ao longo dos últimos meses o governo "está tratando com iranianos a questão de refinarias no Brasil". Mas ele não deu mais detalhes.

Braga esteve reunido nesta quinta com a presidente Dilma Rousseff e um grupo de ministros, incluindo o da Fazenda, Nelson Barbosa, para discutir sobre possíveis parcerias comerciais com o Irã.

A fonte no governo salientou, no entanto, que as discussões sobre parcerias na área de refino estão numa fase muito inicial.

"Para esse assunto ser tratado como embrionário, ainda tem de evoluir muito", disse a fonte, na condição de anonimato.

A ideia dos iranianos seria trazer o óleo até o Brasil, refiná-lo no Nordeste e vender os derivados no mercado brasileiro, segundo a fonte, que não detalhou se os atuais preços controlados dos combustíveis poderiam ser um problema.

Não havia clareza imediatamente se o investimento poderia envolver a Petrobras, que retirou os projetos das duas refinarias premium de seu plano de negócios, em meio a dificuldades financeiras e a um escândalo bilionários de corrupção que afetou a empresa.

A Petrobras não comentou imediatamente a informação.

ESTÍMULOS AO SETOR DE PETRÓLEO

A mesma fonte disse à Reuters que o lançamento do pacote de medidas para estimular o setor de petróleo pelo governo depende apenas de uma palavra final da presidente Dilma.

Dentre as medidas previstas, segundo a fonte, está a prorrogação de contratos de exploração assinados entre 1998 e 2008 e o cancelamento dos diretos de exploração em áreas que estão sem produzir.

Outra medida seria a extensão do regime conhecido como Repetro, que tem regras aduaneiras especiais para importação e exportação de bens destinados ao setor, e que acabaria em 2019.

A iniciativa do governo de estimular o setor foi bem recebida pela indústria de petróleo, que vinha pedindo à União uma atenção especial para o segmento, duramente atingido pelos baixos preços do petróleo no cenário global.

(Com reportagem adicional de Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)

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