Velocista brasileira Ana Claudia Lemos é pega em exame antidoping
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A velocista cearense Ana Claudia Lemos, principal corredora do país nos 100m e 200m, foi flagrada em um exame antidoping realizado fora de competição para o uso da substância proibida oxandrolona, informou nesta quinta-feira a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), e corre o risco de ficar fora da Olimpíada do Rio de Janeiro por suspensão.
A corredora foi pega em exame realizado durante treinamento da equipe brasileira no Rio no mês passado, e agora aguarda a abertura da amostra B. Se o resultado for confirmado, a atleta enfrentará um processo que pode resultar numa suspensão do esporte.
Ana Claudia é a atual recordista brasileira e sul-americana dos 200m, e também alcançou o índice olímpico para disputar os 100m nos Jogos do Rio, que acontecem de 5 a 21 de agosto. Além das provas individuais, ela atualmente é titular das equipes brasileiras para os revezamentos 4x100m e 4x200m.
A atleta disputou a Olimpíada de Londres em 2012, quando participou da final olímpica do revezamento 4x100m.
A substância oxandrolona é um esteróide anabolizante que faz parte da lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidoping (Wada).
A Confederação Brasileira de Atletismo disse que ainda não foi informada oficialmente pela ABCD sobre o caso de doping, lembrando que a primeira pessoa a ser notificada é sempre o atleta em casos de exame antidoping positivo.
Em nota, a confederação disse que iniciará os procedimentos disciplinares, com o encaminhamento do caso à Justiça para julgamento, caso o resultado seja confirmado como positivo pela ABCD.
Atualmente a legislação antidoping do Brasil está fora de conformidade com a Wada por não contar com um tribunal exclusivo para casos de doping, o que precisa ser alterado até 18 de março para o país não ser descredenciado pela agência internacional. Se a mudança não for feita, o país perderá o direito de fazer os exames antidoping da Olimpíada. [nL2N1681O2]
O atletismo internacional vive atualmente um dos piores escândalos da história devido a um esquema de corrupção e doping na Rússia, envolvendo autoridades russas e internacionais.
A Rússia, que só fica atrás dos Estados Unidos na elite da modalidade, está atualmente suspensa de todas as competições de atletismo e só poderá voltar a competir, incluindo na Rio 2016, se provar à Wada que cumpriu uma série de condições antidoping.
(Por Pedro Fonseca)