Casa Branca diz ter dado listas de presos políticos a Cuba

Em Havana

Existem presos políticos em Cuba e o governo dos Estados Unidos entregou listas sobre eles às autoridades cubanas, disse nesta segunda-feira um assessor do presidente Barack Obama durante a histórica visita dele a Havana.

O presidente cubano, Raúl Castro, havia sugerido anteriormente que não havia presos políticos em Cuba e desafiou uma jornalista a entregar uma lista com eles. "Que prisioneiros políticos? Me dê um nome, ou nomes. Então, quando essa reunião terminar eles podem me dar uma lista com os presos. E, se houver esses prisioneiros políticos, eles estarão livres antes do anoitecer", disse, encarando o jornalista.

"Eu compartilhei muitas dessas listas com o governo cubano ao longo destes dois anos e meio de conversas com eles", disse a repórteres o assessor adjunto de segurança nacional, Ben Rhodes.

"Há certamente mais nomes de presos cujos nomes mencionamos regularmente ao governo de Cuba", acrescentou.

Na entrevista desta segunda-feira, que se seguiu a uma reunião entre os dois líderes, Raúl respondeu de forma incisiva à pressão sobre o seu retrospecto em direitos, dizendo que a posição dos EUA refletia um uso de dois pesos e duas medidas, já que o país também violava os direitos humanos.

O presidente cubano disse que nenhum país cumpre todos os acordos internacionais em direitos, e que Cuba era forte em muitas áreas, como saúde, educação e igualdade de gênero. "Vamos trabalhar para que todos respeitem todos os direitos humanos", afirmou ele. O governo cubano critica frequentemente os EUA em temas como racismo, violência e a prisão que os norte-americanos mantêm na base naval de Guantánamo em Cuba

A Casa Branca pressionou por uma entrevista conjunta à imprensa de Obama e Raúl Castro por algum tempo, em linha com a prática norte-americana em outras viagens internacionais, mas o governo cubano resistia. Nesta segunda-feira, não estava claro se os dois líderes iriam responder a perguntas até eles aparecerem diante dos jornalistas.

Quando o período de perguntas se iniciou, a facilidade de Obama com o formato contrastou com o desconforto de Raúl. A tensão pôde ser sentida no ambiente, uma vez que o presidente cubano não quis chamar vários jornalistas cubanos que queriam se aproveitar da chance rara de lhe questionar.

Obama afirmou que o líder cubano havia somente concordado em responder a uma pergunta, mas ele com bom humor o incentivou a aceitar uma segunda. Raúl Castro pareceu relutante ao aceitar.

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