Produção industrial do Brasil volta a cair em fevereiro com pior resultado em 2 anos

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - Pressionada principalmente pela produção de automóveis e eletrodomésticos, a indústria brasileira voltou a recuar em fevereiro depois de rápido alívio no início de 2016 e registrou o pior resultado em pouco mais de dois anos, diante do quadro político e econômico conturbardo.

A produção industrial teve em fevereiro queda de 2,5 por cento em comparação com janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Essa é a pior leitura desde a queda de 2,8 por cento registrada em dezembro de 2013, além de representar o pior resultado para o mês de fevereiro na série histórica iniciada em 2002.

Em janeiro, o setor havia apresentado o primeiro resultado positivo, alta de 0,4 por cento, desde maio de 2015.

Em relação a fevereiro de 2015, houve queda de 9,8 por cento, a 24ª taxa negativa seguida nessa base de comparação.

As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 2,3 por cento na variação mensal e de 10,4 por cento na base anual.

O maior destaque em fevereiro ficou para a categoria de Bens de Consumo Duráveis, com perdas de 5,3 por cento sobre janeiro, devido à menor produção de automóveis e de eletrodomésticos, ainda afetada por concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas.

Somente os Bens de Capital, uma medida de investimento, apresentaram aumento de produção na comparação mensal, porém de apenas 0,3 por cento, mas reduzindo o ritmo ante a alta de 2,1 por cento vista em janeiro.

O IBGE informou ainda que, dos 24 ramos pesquisados, 13 apresentaram recuo, sendo a principal influência negativa veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 9,7 por cento.

A crise política que abala a confiança e a recessão econômica afetam desde o ano passado os investimentos e vêm impossibilitando a estabilização do setor industrial.

A pesquisa Focus do Banco Central mostra que economistas preveem uma contração de 4,40 por cento da produção da indústria neste ano, com retração da economia de 3,66 por cento.

(Por Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro e Camila Moreira em São Paulo)

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