Eleição presidencial do Peru vai a 2º turno entre Fujimori e Kuczynski

Em Lima

  • Mariana Bazo (esq)/Guadalupe Pardo (dir)/Reuters

    Keiko Fujimori (esq) e Pedro Pablo Kuczynski (dir) disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no Peru

    Keiko Fujimori (esq) e Pedro Pablo Kuczynski (dir) disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no Peru

Keiko Fujimori, filha do ex-presidente peruano atualmente preso Alberto Fujimori, venceu a eleição presidencial do Peru no domingo, mas terá de disputar um segundo turno provavelmente contra o economista Pedro Pablo Kuczynski, em uma votação que deve consagrar o modelo econômico de livre mercado do país.

Keiko ficou bem abaixo dos 50% de que necessitava para vencer de imediato, e provavelmente será vulnerável na segunda etapa do pleito no dia 5 de junho.

Com cerca de 40% apurados, Keiko tinha 39%. Kuczynski, ex-economista do Banco Mundial, acumulava 24%, e a legisladora esquerdista Veronika Mendoza vinha bem atrás com 17%.

Uma contagem inicial do instituto Ipsos também mostrou Kuczynski na segunda colocação e a caminho do segundo turno.

Apesar da dianteira de Keiko na votação de domingo, pesquisas revelaram que a oposição à candidata vem crescendo desde o início do ano e que muitos dos que rejeitaram o estilo de governo beligerante de seu pai devem cerrar as fileiras de seu rival de junho, seja Kuczynski ou Veronika.

Filho de imigrantes europeus, Kuczynski é um economista pró-mercado e ex-ministro das Finanças, mas é mais moderado em certos temas sociais do que Keiko, de 40 anos, e não tem a bagagem associada com seu sobrenome.

"Não queremos uma nação polarizada", disse ele depois de dançar diante de seus apoiadores na noite de domingo, embora tenha pedido calma até o anúncio dos resultados oficiais. "Fizemos progresso, mas não o suficiente. Seremos um governo progressista, social e economicamente".

Keiko afirmou que irá levar adiante o crescimento econômico ao final de um boom de mineração de uma década recorrendo a um fundo emergencial e emitindo novos títulos da dívida para financiar obras de infraestrutura urgentes. Ela se apresentou como a única candidata que será rígida o suficiente com o crime.

As chances de Keiko na segunda etapa da votação irão depender muito de ela ser ou não capaz de se distanciar de seu pai, que foi condenado por corrupção e abuso de direitos humanos ligados à repressão de insurgentes esquerdistas entre 1990 e 2000, quando governou o país.

Os mercados financeiros devem reagir bem a um segundo turno entre Fujimori e Kuczynski. A ascensão de Veronika na véspera da votação de domingo fez a moeda peruana recuar 1,5 por cento e o índice da bolsa cair 4,39 por cento ao longo da semana passada.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos