No Japão, Kerry diz que Hiroshima deveria convencer mundo a abandonar armas nucleares

Em Hiroshima

  • Kazuhiro Nogi/AFP

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que sua visita desta segunda-feira (11) a um memorial às vítimas do ataque nuclear de seu país à cidade japonesa de Hiroshima em 1945 foi "de revirar as entranhas" e que serviu como lembrete da necessidade de se buscar um mundo livre de armas nucleares.

Primeiro secretário de Estado norte-americano a visitar Hiroshima, Kerry disse que o presidente dos EUA, Barack Obama, também gostaria de ir à cidade do sul do Japão, mas que não sabe se a agenda complexa do líder lhe permitirá fazê-lo quando ele visitar o país asiático para a cúpula do G7 em maio.

Kerry visitou o Memorial e Museu da Paz de Hiroshima, cujos mostruários assombrosos incluem fotos de vítimas gravemente incineradas, as roupas rasgadas e manchadas que usavam e estátuas que as representam com a carne derretendo e se soltando dos membros.

"É uma exibição atordoante. Uma exibição de revirar as entranhas", disse. "É um lembrete da profundidade da obrigação que todos nós que levamos uma vida pública carregamos... de criar e buscar um mundo livre de armas nucleares".

Após a visita de Kerry e de seus homólogos do G7, o grupo emitiu um comunicado reafirmando seu compromisso de livrar o mundo de tais artefatos, mas afirmou que a iniciativa está sendo complicada pelas repetidas "provocações" da Coreia do Norte e pela deterioração da segurança na Síria e na Ucrânia.

Os ministros das Relações Exteriores de Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA depositaram coroas de flores em um cenotáfio, um memorial fúnebre, dedicado às vítimas do bombardeio de 6 de agosto de 1945, que reduziu a cidade a cinzas e causou a morte de cerca de 140 mil pessoas até o final daquele ano.

Embora não seja a autoridade norte-americana de mais alto escalão a ter visitado o parque que abriga o museu e memorial, uma distinção que até então pertencia à outrora presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, que esteve ali em 2008, Kerry é o funcionário mais graduado do executivo de seu país a fazê-lo.

"Todos no mundo deveriam ver e sentir o impacto deste memorial. Ele é um lembrete duro, severo, contundente não só de nossa obrigação de pôr fim à ameaça das armas nucleares, mas de que devemos voltar a dedicar todos os nossos esforços para evitar a guerra propriamente dita", escreveu o principal diplomata dos EUA no livro de visitas.

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