Vídeo do Boko Haram com meninas sequestradas aumenta pressão sobre presidente nigeriano

Ulf Laessing e Alexis Akwagyiram

Em Lagos e Abuja

  • Reprodução/CNN

Um vídeo mostrando 15 das 219 alunas sequestradas pelo grupo jihadista Boko Haram aumentou a pressão para que o governo da Nigéria as liberte depois que ativistas acusaram as autoridades de lidar mal com o caso nos dois anos transcorridos desde o rapto em massa.

Pais em lágrimas identificaram as garotas capturadas por combatentes do Boko Haram, que querem estabelecer um Estado islâmico no nordeste nigeriano e há sete anos mantêm viva sua campanha de violência, matando milhares de pessoas e expulsando duas milhões delas de suas casas.

    O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, eleito um ano atrás com a promessa de pôr fim à corrupção endêmica e acabar com o grupo, disse em dezembro que o governo poderia dialogar com o Boko Haram se houvesse representantes críveis com os quais tratar.

Em janeiro ele afirmou que o governo estava iniciando uma nova investigação sobre os sequestros, jurando devolver as meninas levadas de uma escola da cidade de Chibok quando faziam provas, mas pouco aconteceu desde então.

No vídeo, aparentemente gravado em dezembro e entregue pelo Boko Haram a autoridades governamentais como prova de vida para as negociações, uma pessoa pede às 15 meninas para dizerem seus nomes. Elas são vistas em pé em duas fileiras e usam lenços na cabeça.

"Vi todas as garotas, e são garotas de Chibok", afirmou Esther Yakubu, mãe de uma das sequestradas que viu a gravação na rede CNN. "Reconheço algumas porque estamos na mesma área delas".

Esther foi com cerca de 30 outros pais e ativistas à vila presidencial na capital Abuja para exigir que o governo faça mais para resgatar as alunas. A polícia os deteve na rua que levava à propriedade.

Testemunhas do sequestro, militares e autoridades de segurança nigerianas, diplomatas ocidentais e especialistas em contraterrorismo veem uma série de equívocos na maneira como políticos e militares estão lidando com os militantes, inclusive uma falta de coordenação.

O ministro da Informação nigeriano, Lai Mohammed, disse à CNN que o governo ainda está analisando o vídeo. Quando indagado sobre os esforços para obter a libertação das meninas ele respondeu somente que "há conversas em andamento".

Um funcionário de alto escalão do governo, que não quis se identificar, disse que só haverá uma reação oficial quando os militares tiverem estabelecido a autenticidade da filmagem.

Em um comunicado, Buhari disse que "continua a acreditar que, com o comprometimento total do governo federal, das Forças Armadas nigerianas e das agências de segurança... as meninas serão resgatadas em algum momento".

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