Processo de impeachment

Circular foi emitida para "rebater acusações infundadas", diz Serra

Maria Carolina Marcello

Em Brasília (DF)

  • AFP

    12.mai.2016 - O presidente interino, Michel Temer (à dir.), dá posse a novos ministros, como José Serra (PSDB-SP), que assumiu o Ministério das Relações Exteriores

    12.mai.2016 - O presidente interino, Michel Temer (à dir.), dá posse a novos ministros, como José Serra (PSDB-SP), que assumiu o Ministério das Relações Exteriores

O ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), afirmou nesta quarta-feira (25) que a circular enviada a servidores do Itamaraty, no Brasil e no exterior, pedindo que combatessem "ativamente" as críticas ao processo de impeachment que levou ao afastamento da presidente Dilma Rousseff teve como intenção "rebater" acusações "infundadas".

O ministro, que participou de reunião multi-ministerial nesta quarta no Palácio do Planalto sobre o controle de fronteiras, falou a jornalistas sobre a criação de um comitê de coordenação de fronteiras e não descartou realizar outra entrevista coletiva para tratar da circular.

Segundo o ministro, o documento foi emitido para "procurar uniformizar uma informação e para rebater acusações infundadas".

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participava da entrevista, disse que sua pasta também encaminhou circular com teor semelhante à do Itamaraty a adidos militares no exterior.

A circular de número 101296, à qual a Reuters teve acesso, tem nove páginas e foi distribuída diretamente pelo gabinete ministerial --um movimento raro dentro do Itamaraty, onde as orientações aos postos costumam vir das áreas fins ou da Secretaria-Geral.

O texto cita mais de uma dezena de "exemplos" de declarações feitas por entidades e governos que devem ser respondidas pelos diplomatas com orientações políticas e favoráveis ao processo de impeachment.

O texto cita exemplos de problemas em declarações do secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, da Aliança Bolivariana (Alba) e dos governos da Bolívia, Equador, Venezuela, Cuba e El Salvador.

São dados também subsídios para que os diplomatas possam defender o processo de impeachment. O texto fala, por exemplo, que o processo é político e segue rigorosamente o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal. E que deputados e senadores também receberam "milhões de votos para cumprir suas funções constitucionais".

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