Ministro da Transparência deve pedir demissão em meio a pressão de servidores

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, avalia deixar o ministério pela pressão que vem recebendo de servidores públicos, disse à Reuters uma fonte próxima a Silveira, apesar da decisão do presidente interino Michel Temer de deixá-lo "por enquanto" no cargo.

"Claro que as gravações potencializaram, mas desde o início ele vem enfrentando muita pressão pela decisão do governo de desvincular o órgão da Presidência da República", disse a fonte. "Está avaliando se vale o desgaste que está sofrendo", acrescentou.

Desde que governo interino assumiu, os servidores da Controladoria-Geral da União -que são em sua grande maioria concursados- protestam contra as mudanças. A divulgação de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, em que Silveira aparece fazendo críticas à operação Lava Jato e orientando Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a evitar problemas, exacerbou os ânimos no órgão.

Nesta segunda-feira, 250 chefes de sessões e departamentos pediram demissão, de acordo com o sindicato da categoria. O órgão passou o dia vazio, com os servidores protestando do lado de fora. Cerca de 500 foram em marcha até o Palácio do Planalto.

Temer passou a manhã em reuniões com seus assessores mais próximos. Apesar de alguns aconselharem a demissão de Silveira, ganhou a versão de que mais um ministro exonerado em duas semanas de governo aumentaria ainda mais a instabilidade do governo.

No início da tarde, a versão veiculada por assessores era de que Silveira ficaria "por enquanto" no cargo.

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