PF cumpre mandados contra Eldorado Celulose e prende doleiro ligado a Cunha

(Reuters) - A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira operação no âmbito da Lava Jato para cumprir um mandado de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão, tendo entre os alvos a Eldorado Celulose, do mesmo grupo que controla a JBS, e um doleiro ligado ao presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A Eldorado é controlada pela holding de empresas da família Batista, a J&F, que também controla a processadora de carne JBS. A JBS informou em comunicado que não é alvo da operação das autoridades.

Diversas reportagens tinham dito mais cedo nesta sexta que a JBS estaria entre os alvos da ação. A Eldorado confirmou por meio de nota que a PF realizou busca e apreensão nas dependências da empresa em São Paulo, mas informou desconhecer o objetivo da operação.

"A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade. A companhia se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais", informou a companhia, acrescentando que prestou todas as informações solicitadas.

A operação, chamada Sépsis, foi deflagrada a pedido da Procuradoria-Geral da República e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator na corte das ações decorrentes da Lava Jato, de acordo com a PGR.

Os mandados judiciais foram expedidos para os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, além do Distrito Federal. A PGR não divulgou os nomes dos envolvidos.

Segundo reportagens, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do presidente da holding J&F, Joesley Batista, e também prendeu o doleiro Lúcio Funaro, ligado ao deputado suspenso Eduardo Cunha, que é réu da Lava Jato no STF.

A operação também cumpriu um mandado de busca e apreensão envolvendo o empresário Henrique Constantino, vice-presidente do Conselho de Administração da Gol Linhas Aéreas e um dos diretores da empresa de transportes de ônibus Via Rondon.

Em nota, a Via Rondon informou que o empresário foi procurado pelo Ministério Público Federal para apresentar documentação referente a empréstimo tomado junto ao fundo de investimento do FGTS, e que a ação das autoridades "não possui qualquer relação com outras empresas da família Constantino".

A operação desta sexta teria como base a delação premiada no âmbito da Lava Jato do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, apadrinhado político de Cunha, de acordo com a mídia.

Em relatos preliminares para possível delação premiada divulgados pela mídia em abril, Cleto disse, segundo reportagens, que Cunha cobrava propina em troca da liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS.

Cleto passou a negociar um acordo de delação premiada com as autoridades da operação Lava Jato após ser alvo de mandado de busca e apreensão da PF em dezembro do ano passado, pouco após ser exonerado do cargo na Caixa.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr., em São Paulo)

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