Sem PEC do teto de gastos dívida bruta poderá chegar a 100% do PIB em 2024, diz Temer

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Michel Temer reiterou nesta sexta-feira ser fundamental para o país a aprovação pelo Congresso da proposta de emenda à Constituição (PEC) que impõe um teto para os gastos públicos, afirmando que sem controle de despesas não há confiança que se traduza em investimentos.

Segundo Temer, a dívida bruta poderá chegar a 100 por cento do Produto Interno Bruto em 2024, ou mesmo antes, se a PEC não for aprovada. O presidente disse também não ter dúvidas da aprovação da proposta ainda neste ano. O último dado divulgado pelo Banco Central mostrou que a dívida pública bruta estava em 70,1 por cento do PIB em agosto.

"Ao assumir a Presidência, nos impusemos uma missão: a de inocular no Brasil uma vacina capaz de imunizar o país contra o populismo fiscal”, disse Temer durante apresentação em fórum empresarial em São Paulo.

O presidente mostrou plena confiança da aprovação da PEC pelo Congresso, afirmando que "nossos parlamentares têm compromisso inequívoco com as prioridades impostas pelo momento que vive o Brasil”.

Temer aproveitou para defender também a necessidade da reforma da Previdência, em elaboração pelo governo, como outro item "primordial" da pauta de transformações de longo prazo.

O presidente voltou a dizer que o governo tem grande preocupação com as demandas sociais da população e repetiu mais de uma vez que a responsabilidade fiscal caminha junto com a responsabilidade social.

Efetivado há apenas um mês no cargo, devido ao impeachment de Dilma Rousseff, Temer contrariou o discurso do governo anterior, que debitava nos problemas da economia global boa parte das dificuldades do país, e disse que a crise vivida pelo país tem origem fundamentalmente interna e fiscal.

(Reportagem de Brad Haynes e Luciano Costa)

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