Topo

Diplomata dos EUA diz que Filipinas é aliada, mas que mortes ligadas a drogas preocupam

24/10/2016 10h17

Por Manuel Mogato e Enrico Dela Cruz

MANILA (Reuters) - O diplomata norte-americano mais graduado na Ásia garantiu nesta segunda-feira às Filipinas que Washington continua sendo seu aliado "de confiança" e que apoia os laços florescentes de Manila com a China.

Mas o secretário de Estado assistente para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico, Daniel Russel, alertou que a preocupação crescente com os assassinatos relacionados a drogas no país sul-asiático é "ruim para os negócios".

Russel é o primeiro visitante de alto escalão de Washington desde que o presidente filipino, Rodrigo Duterte, causou alarme na semana passada anunciando a "separação" de sua nação dos Estados Unidos e seu realinhamento com a China durante uma visita a Pequim.

Explicando os comentários sobre o "Adeus, América" de Duterte, o ministro das Relações Exteriores das Filipinas, Perfecto Yasay, disse no sábado que os EUA seguem sendo o "amigo mais próximo" de seu país, mas que Manila quer romper com uma "mentalidade de dependência e subserviência" e forjar laços mais estreitos com outras nações.

Russel, que conversou com repórteres depois de se reunir com Yasay, afirmou que Duterte "já voltou atrás".

Ele disse que Washington apoia o diálogo e as negociações diretas entre Filipinas e China. "Então é um erro pensar que relações melhores entre Manila e Pequim de alguma maneira vêm à custa dos EUA", disse.

"Não queremos que os países tenham que escolher entre EUA e China", completou.

Durante seu encontro com o chanceler filipino, porém, Russel disse ter expressado sua preocupação de que a "sucessão de declarações e comentários polêmicos e um verdadeiro clima de incerteza sobre as intenções das Filipinas aumentaram a consternação em uma série de países".

Ele acrescentou que "esta não é uma tendência positiva".

Duterte tem repudiado as críticas norte-americanas à sua campanha antidrogas, em meio à qual cerca de 2.300 pessoas foram mortas desde que ele assumiu no dia 30 de junho.