Renan é alvo de nova denúncia pela PGR na Lava Jato
(Reuters) - O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), é alvo de nova denúncia pela Procuradoria-Geral da República acusado de receber propina e por lavagem de dinheiros no âmbito da operação Lava Jato, informou a PGR nesta segunda-feira.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou também ao Supremo Tribunal Federal (STF), junto com Renan, o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) pelo recebimento de propina no valor de 800 mil reais e lavagem de dinheiro mediante doações oficiais da empreiteira Serveng.
Segundo a denúncia, os parlamentares ofereceram em troca apoio político para manutenção de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras.
Em nota, Renan afirmou que "jamais autorizou ou consentiu que o deputado Aníbal Gomes ou qualquer outra pessoa falasse em seu nome em qualquer circunstância", e disse que suas contas eleitorais já foram aprovadas.
Renan, alvo de inquéritos na Lava Jato, já é réu no STF por peculato, em processo não relacionado à operação.
O diretor comercial da Serveng, Paulo Twiaschor, também denunciado, teria feito as doações ao Diretório Nacional do PMDB em 2010, de 500 mil reais em agosto de 2010 e de 300 mil no mês seguinte.
"O interesse da empreiteira era participar de licitações mais vultosas na Petrobras, o que foi viabilizado a partir do começo de 2010", disse a PGR em comunicado. "A denúncia informa que esses valores seguiram do Diretório Nacional do PMDB para o Comitê Financeiro do PMDB/AL e deste para Renan Calheiros, mediante diversas operações fracionadas, como estratégia de lavagem de dinheiro.
A nova denúncia da PGR pede condenação de Renan e Aníbal Gomes por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além da perda das funções públicas. Twiaschor é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A Serveng informou em comunicado que recebeu "com surpresa e indignação" a notícia de que um de seus funcionários foi denunciado, e que ao longo da investigação a empresa esteve à disposição das autoridades.
"A alegação de que a Serveng Civilsan fez doações eleitorais com o fim de 'participar de licitações mais vultosas na Petrobras' não faz qualquer sentido e sua inveracidade será provada na primeira oportunidade que nossa defesa tiver para se manifestar nos autos", acrescentou a empresa.
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