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Não há prova de que hackeamento russo influenciou eleição, diz porta-voz de Trump

Reuters/Jonathan Ernst
Imagem: Reuters/Jonathan Ernst

Em Washington

02/01/2017 20h03

Não apareceu nenhuma evidência que indique que hackeamento russo tenha influenciado o resultado das eleições presidenciais norte-americanas, e seria irresponsável tirar conclusões antes do recebimento do relatório final de inteligência, disse o porta-voz de Donald Trump nesta segunda-feira.

"Há zero evidência de que eles influenciaram as eleições", disse Sean Spicer à Fox News.

Spicer, que vai se tornar o secretário de imprensa da Casa Branca quando Trump assumir a Presidência em 20 de janeiro, disse à CNN que o presidente eleito verá o relatório da inteligência quando ele ficar pronto ainda nesta semana. No sábado, Trump alertou contra colocar rapidamente a culpa nos russos pelo hackeamento de e-mails norte-americanos.

"A ideia de tirarmos conclusões antes de termos o relatório final é irresponsável", disse Spicer à CNN.

O presidente Barack Obama expulsou 35 russos e impôs sanções contra duas agências de inteligência russas na semana passada por conta de um suposto envolvimento do Kremlin no hackeamento que, segundo autoridades do setor de inteligência, tinham como objetivo ajudar o republicano Trump a derrotar a democrata Hillary Clinton na eleição de 8 de novembro.

Lideranças parlamentares dos dois partidos manifestaram alarme com a possibilidade de interferência russa, tenha feito ela diferença ou não no resultado.

O republicano John McCain, presidente do Comitê do Senado para Serviços Armados, marcou para quinta-feira uma sessão sobre ciberameaças externas. O novo Congresso, eleito em 8 de novembro, toma posse na terça-feira.

Defendendo laços mais fortes com o presidente russo, Vladimir Putin, Trump minimizou várias vezes o caso.

No fim de semana, Trump disse que sabia "coisas que outras pessoas não sabem" e que divulgaria informações sobre o tema na terça ou na quarta-feira. Ele não deu mais detalhes.

"Ele vai falar sobre as suas conclusões e como ele acha que as coisas estão", disse Spicer à CNN. "Ele não vai revelar nada que seja privilegiado ou que foi compartilhado com ele de forma confidencial."

Uma pesquisa do Gallup divulgada nesta segunda-feira mostrou que menos da metade dos norte-americanos confia na habilidade de Trump para lidar com uma crise internacional, para usar a força militar de forma sábia e para impedir grandes escândalos no governo.

Segundo a pesquisa, pelo menos sete em dez norte-americanos estavam confiantes nos presidentes Obama, George W. Bush e Bill Clinton em relação a essas áreas antes de eles assumirem o cargo.