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Panamá prende sócios de escritório Mossack Fonseca em caso ligado à Lava Jato

Cidade do Panamá

12/02/2017 12h32

A Procuradoria panamenha pediu no sábado a prisão de quatro advogados, três dele do escritório de advocacia Mossack Fonseca, por suspeita de lavagem de dinheiro ligada à Lava Jato.

Ramón Fonseca e Jürgen Mossack, principais sócios da empresa vinculada ao caso "Panama Papers", e outro de seus colaboradores foram detidos depois de dois dias de interrogatórios. A ordem de prisão inclui uma quarta advogada que não fora localizada.

"Informação identifica a empresa panamenha supostamente como uma organização criminal que se dedica a ocultar ativos ou dinheiro de origem suspeita", disse a procuradora-geral da República, Kenia Porcell.

os advogados cumprem prisão preventiva para evitar

que, durante o proceso de investigação, fujam do país.

Kenia Porcell acrescentou que a investigação, que durou um ano e levou ao pedido de prisão, contou com ajuda de procuradores de Brasil, Peru, Equador, Colômbia, Suíça e Estados Unidos.

O escritório Mossack Fonseca também está no centro de um outro caso conhecido como "Panama Papers", que envolve milhões de documentos roubados da empresa e vazados pela mídia em abril de 2016.

Na quinta-feira, promotores fizeram buscas nos escritórios do Mossack Fonseca atrás de provas, e as casas dos fundadores da empresa foram revistadas na sexta-feira.

Fonseca, ex-assessor presidencial no Panamá, negou anteriormente que a empresa tenha qualquer ligação com a Odebrecht, que admitiu ter pago propina no Panamá e em outros países para obter contratos governamentais na região entre 2010 e 2014.

"Esta investigação, em princípio, não está relacionada à Odebrecht, mas ao caso Lava Jato", disse a procuradora.

Fonseca também negou qualquer relação com a Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção no Brasil.

O advogado Elías Solano, que defende o Mossack Fonseca, disse que buscará a "nulidade do material probatório", já que a defesa considera que as acusações para a ordem de prisão são "fracas".

(Reporte de Elida Moreno)